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As Mentiras de Mateus e Lucas

As Mentiras de Mateus e Lucas

 

 

 

 

 

 

As mentiras de Mateus e Lucas

 

 

A estória contada por Mateus começa com absurdos ilógicos.

O anjo Gabriel aparece em sonhos a José e diz-lhe que Maria está grávida pelo espírito santo, ou seja, a criança não é humana e, sim, sobre-humana, seria um semideus.

Para convencer José, o anjo diz que isso ocorreu para se cumprir a profecia do profeta Isaías. Entretanto, quando lemos a profecia trazida por Mateus, em seu relato, vemos o quanto de distorção há.

Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel.” Isaías 7:14

Não vou entrar no detalhe que muitos já sabem que a palavra ali traduzida não é virgem; mas, tão somente, donzela, moça, sem necessariamente ser virgem.

A profecia foi descontextualizada por Mateus, primeiro a criança que nasceria, supostamente, por meio da virgem, seria filho de um homem e de uma mulher, em nenhuma passagem é dito que seria fruto de algo sobrenatural. Segundo, essa criança não se refere ao Messias esperado pelos judeus. Terceiro, o nascimento da criança serviria como sinal para alguém. E quem é esse alguém?

Todas essas questões são respondidas quando lemos na íntegra os capítulos 6 e 7 de Isaías.

Além disso, profecias não são ratificadas e/ou retificadas por anjos, no velho testamento isso nunca ocorreu, profecias simplesmente são ditas em algum momento no passado e só se espera seu cumprimento. Anjo algum reapareceu para acrescentar detalhes de algo já predito.

É dito que os magos(astrólogos, feiticeiro) são guiados por uma estrela que os leva ao palácio de Herodes.

A grande questão é: que importância tinha os judeus para aqueles estrangeiros? Quem, sendo estrangeiro, se importaria quem é que seria rei dos judeus? Quem se importava que esse rei pueril libertaria os judeus de seus pecados e de seus opressores?

E como esses astrólogos sabiam que a aparição de uma estrela no céu, e que por sinal, eram milhares, indicava que haveria o nascimento de um rei judeu? Pelo que vemos nos evangelhos, não apareceu nenhum anjo para informar qualquer coisa a esses astrólogos. Por acaso, eles eram judeus para estar a par das escrituras hebraicas?

E o mais grave, os astrólogos vieram para adorá-lo ou homenageá-lo. Como pessoas do Oriente que, naquela época, eram adoradoras de diversas divindades sairiam de suas terras para adorar uma criança que sequer é dito ou mesmo sabido que se trataria de um deus? E mesmo que soubesse que o fosse, jamais adorariam uma dividade judaica!

Os judeus, naquela época, eram uns dos povos mais ridicularizados e sem qualquer importância para os outros povos ao seu redor, sobretudo, para Roma a quem os judeus se encontravam submissos e sob seu controle.

Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo.” Mateus 2:2

Veja que os magos sabiam de informações que eram ate´ então desconhecidas pelos próprios judeus, o povo escolhido da divindade judaica. Como esses estrangeiros poderiam saber disso? Se nem os judeus que possuíam a Torá, não tinham informação alguma de estrela?

Mas por que Mateus fala desses astrólogos?

Mateus inventou essa estória, simplesmente, para defender sua narrativa. Você sabe o que é um astrólogo?

Astrólogo vem do grego astron, "astros", "estrelas", "corpos celestes", e logos, "palavra", "estudo". Ou seja, foi por isso que, Mateus inventou uma estrela para guiar esses astrólogos, porque eram eles que acreditavam em estrelas que guiavam ou mesmo influenciavam muitos dos assuntos da vida aqui na terra. Vejam a definição de astrologia: “Doutrina, estudo ou prática, que busca supor ou decifrar a influência dos astros na vida, no comportamento das pessoas e nos acontecimentos pelos quais elas passam, buscando ainda prever o futuro. “

Está aí a explicação do porquê de haver estrela e astrólogos nessa estória!

E o relato continua: “E o rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e toda Jerusalém com ele.” Mateus 2:3

Toda a Jerusalém ficou perturbada?

Por que ficaria? Se o nascimento do Messias(Cristo ou Ungido) era algo tão aguardado pelos judeus? Era para ser festejado por todos essa informação. O Messias seria o segundo rei Davi. Libertaria toda a Israel da opressão de seus dominadores e a guiaria a tempos de vitórias e conquistas.

A informação é uma falácia, pois se toda a Jerusalém ficou perturbada, logo todos daquela cidade ficou sabendo do nascimento do prometido Messias, escolhido por Jeová, não é mesmo?

Então como mais tarde, os próprios judeus condenam e matam Jesus, seu Messias?

Não tem o mínimo de sentido essa declaração dramática feita por Mateus.

A distância do palácio de Herodes até Judá, não é tão grande, ele poderia facilmente mandar uma tropa de seus homens até lá para capturar a família de Jesus, contudo, simplesmente, deixa a cargo dos astrólogos trazei-lhe informações acerca de um rei que poria o seu reino em pedaços.

O capítulo 2 dar a entender que Jesus já teria nascido, quando a estrela aparece aos astrólogos. Notem: “E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém,..”

Então Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu exatamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera. “ Mateus 2:1,7

Ensinam alguns crentes que havia aqui duas estrelas. Uma que teria levado os magos diretamente a Herodes; e outra que os levaria a criança. Afirmam, ainda, que a primeira teria sido criada pelo diabo. A razão porque dizem isso é que deus jamais enviaria uma estrela para guiar os magos ao rei Herodes, logo só poderia ser o diabo querendo matar Jesus.

E, sendo por divina revelação avisados num sonho para que não voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra por outro caminho.” Mateus 2:12

Percebam aqui a discrepância, agora um anjo avisa que Herodes não tem boas intenções, mas antes não anjo algum apareceu para evitar que os magos se dirigissem a Herodes. Por que o deus da Bíblia que já sabia de antemão, também não enviou o anjo para avisar as mães das crianças que seriam mortas, justamente por causa de seu filho, já que foi por causa de sua estrela ou da do diabo que os astrólogos chegou até ao rei.

Poderia alguém dizer, mas deus não interfere nos acontecimentos da vida ou no livre-arbítrio. Contudo, isso não condiz com aquilo que vemos em diversos relatos bíblicos, pois, no caso de José do Egito, por exemplo, o faraó viu uma fome que mataria milhares, no entanto, o deus da Bíblia interveio nesse episódio, para preservar seu povo. E aqui mesmo nesse relato, vemos, sim, deus interferindo nos acontecimentos. Ele mandou um anjo avisar os astrólogos que Herodes queria matar o menino, e depois, apareceu em sonho a José impedindo que ele voltasse a cidade de origem. Portanto, deus interfere, sim, e como interfere.

Perceba quão mentirosa é essa narrativa do evangelho de Mateus. Imaginemos que o diabo realmente tenha usado uma estrela para levar os magos até Herodes, como assim pensam os crentes. Mas, daí, poderíamos perguntar: por que então o diabo não criou uma estrela para guiar Herodes ao menino, já que sua intenção era matá-lo? Não seria mais prático e bem mais rápido?

E que diabo burro é esse que não viu que os astrólogos haviam sido avisados e que portanto, não voltariam com notícias para Herodes?

Não é o diabo, o pai da mentira e o mestre em enganar e na esperteza? Não é ele que fica como leão a espreita a procura de quem devorar?

Em seu relato, Mateus relaciona profecias aos acontecimentos que se desenrolaram em volta da vida de Jesus. Contudo, quando recorremos aos textos que supostamente seriam profecias, vemos o quanto o apóstolo escritor isolou os textos para que estes parecessem de fato profecias, coisas que não são. Tudo foi tirado do contexto. Essa técnica até hoje é utilizada pelos crentes para corroborarem suas crenças.

A maior de todas as invenções de Mateus é está: “E chegou, e habitou numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno.” Mateus 2:23

 

Não há nenhum profeta do velho testamento chamando o Messias de Nazareno, nem mesmo Isaías que muitos chamam de profeta messiânico, em virtude das aparentes e inúmeras profecias que se relacionariam ao tão esperado Messias. Em Isaías é dito que o chamariam de Deus forte, conselheiro, príncipe da paz e até Emanuel, mas Nazareno, isso nunca. Até porque o suposto Messias teria de nascer em Judá e não em Nazaré para o chamar de nazareno. O nascer em Judá ser filho daquela terra, tendo pais também oriundos da mesma cidade, e não um nascer por circunstância. E mesmo esses títulos mencionados por Isaías, não vemos alguém dirigi-los a Jesus, no novo testamento, a não ser os demônios expulsos por ele.

Quando a Bíblia relaciona alguém a algum lugar, significa que aquela pessoa é natural deste lugar, ou melhor, nasceu naquele lugar. Veja, estes exemplos: Judas escariotes, José de Arimateia, Maria de Madalena ou Maria de Madala, Paulo de Tarso. Escariotes era o nome de nascimento onde Judas havia nascido; Arimateia era a cidade onde esse José havia nascido; Magdala, por sua vez, era a cidade natal de Madalena.

Por isso que Jesus é conhecido por nazareno, ou o homem de Nazaré, pelo fato de ter nascido lá. E não porque os profetas havia predito que o chamariam assim.

No início, Mateus nos informa que Jesus nasceu em Belém, em Judá ao Sul e só foi parar em Nazaré ao norte da Galileia ao voltar do exílio no Egito, por causa da suposta perseguição por que poderia passar, já que Arquelau, filho de Herodes, o Grande, aquele que teria matado as crianças com até dois anos de idade, reinava em Israel. Quer dizer, José e Maria não conheciam e nem nunca haviam morado em Nazaré!

Todavia, quando comparamos relatos de Mateus e Lucas, vemos que as coisas não são bem assim.

E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.” Lucas 1:26,27

Perceba que o anjo Gabriel é enviado para Nazaré na Galileia e não para Belém em Judá. Lucas nos informa que os pais de Jesus, na realidade, sempre moraram em Nazaré e não em Belém, como dito antes por Mateus.

Quem morava em Judá era a família de João Batista, cuja mãe Isabel era prima de Maria.

No sexto mês de Isabel, Maria vai visitá-la e fica por lá quase 3 meses e depois volta para sua casa que fica em Nazaré.

E, naqueles dias, levantando-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá, e entrou em casa de Zacarias, e saudou a Isabel.” Lucas 1:39,40

E Maria ficou com ela quase três meses, e depois voltou para sua casa.“ Lucas 1:56

 

Poderíamos perguntar: quem está com a verdade? Os crentes dizem que os dois estão!

A verdade é que Lucas diz que fez uma pesquisa minuciosa sobre todos os acontecimentos envolvendo a vida de Jesus para só então escrever seus relatos, Mateus teria sido, supostamente, apóstolo de Jesus, ou seja, vivido com o próprio, não ouviu falar, diferentemente de Lucas.

Os crentes ainda dizem que os evangelistas teriam um estilo ou ponto de vista próprio de escrever seus relatos. Daí isso explicaria as aparentes contradições encontradas ao compararmos os relatos dos evangelhos.

Mas seria isso mesmo verdade?

É óbvio que não!

Um escritor poderia descrever um relato em que viu dois homens armados de revólveres assaltando uma mercearia. Um outro poderia descrever o mesmo relato assim, dois altos e fortes homens portando armas de fogo, entraram e assaltaram uma mercearia. Um terceiro escritor poderia assim descrever, dois homens altos brancos e fortes entraram numa mercearia com armas de fogo em punho. Entretanto, um quarto escritor, jamais poderia relatar o ocorrido assim, dois homens altos e fortes, sendo um deles negros, entraram numa mercearia e ameaçaram o dono com uma faca e um revólver. Até a terceira descrição, perceberíamos dizer que realmente se trataria de ponto de vista e formas diferentes de descrever um acontecido, entretanto, a forma como o quarto descreveu o ocorrido, não tem similaridade com a descrição dos demais. O que vemos, no entanto, nesse último caso, um relato com elementos totalmente novos e diferentes dos primeiros. O que comprometeria a veracidade dos fatos narrados pelo quarto escritor, já que os outros três estão em conformidade.

É, justamente, assim que os evangelistas se comportam, cada um apresentam versões completamente díspares entre si.

Basta vermos essa questão da naturalidade de Jesus, para constatarmos que não é nada de estilo próprio e, sim, de versões diferentes.

Em Mateus, o anjo informa a José algo que Maria já sabia, que estava grávida por obra do espírito santo. Lembre-se de que o anjo visitou Maria no sexto mês de sua prima Isabel e foi dito por Maria que não conhecia homem algum. E quando Maria vai visitar sua prima no sexto mês, ela ainda não tinha marido!

Em Mateus, os motivos que levaram a família de Jesus ir para Nazaré foi o perigo de morte porque passava Jesus, enquanto que Lucas nos apresenta um novo motivo, não é mais por causa do perigo de morte de Jesus e, sim, por causa se recenseamento ou alistamento patrocinado por César Augusto. E em Lucas, a família não se desloca para Nazaré, mas, sim, para Judá, sendo esta a terra natal de José. E isso vem de encontro ao que fora informado por Mateus. As estórias são totalmente diferentes. Em Mateus a família de Jesus não conheciam Nazaré, entretanto em Lucas, José e Maria já moravam em Nazaré, e, José seria natural de Judá.

Muitos põem em dúvidas se de fato teria ocorrido tal censo, já que não há evidências fortes para isso. Argumentam que os romanos eram muito cuidadosos quando o assunto era censos e que estes ficaram muito bem registrados por diversos escritos da época. Ou seja, fontes extrabíblicas.

Independentemente de ter havido ou não tal censo que fez com que Jesus e sua família se deslocassem de Nazaré à Judá, o fato é que os relatos entre os dois evangelistas são contraditórios e inconciliáveis, por mais que se faça malabarismos com esse objetivo.

Os evangelistas inventaram ou acrescentaram elementos que não aconteceram. Mateus a todo momento procura encaixar profecias do velho testamento à vida de Jesus. Enquanto que, nesse caso, Lucas não o fez, apenas justifica a mudança de morada a partir de um suposto fato histórico, tentando assim dá ares de realismo a sua trama. Ambos buscam tornar Jesus o ungido do deus hebreu, por colocá-lo em Belém.

 

Mateus nos apresenta por volta do nascimento de Jesus, os astrólogos, enquanto Lucas, alguns pastores. Para tentarmos conciliar essas duas situações, teremos que admitir com base nas informações trazidas por eles que os pastores foram os primeiros que viram o menino e só depois os astrólogos teriam visto a estrela.

Esta conclusão se dá por causa da descrição feita por Lucas que informa o seguinte: “E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem. Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho.” Lucas 2:6-8

Já Mateus nos diz: “E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.” Mateus 2:11

No relato de Lucas é dito que o menino se encontra envolto de panos e numa manjedoura na estalagem, após ser dado a luz por sua mãe, enquanto o de Mateus informa que o menino e seus pais se encontram numa casa e não numa estalagem. Daí porque concluir de que tudo começa a partir dos pastores e não dos astrólogos.

E temos também a reação do rei Herodes que mandou matar as crianças de até 2 anos de idade e a fuga de José para o Egito, logo, concluímos que, se ele fugiu era porque Jesus não tinha mais que 2 anos de idade.

Sem falar que Herodes aguardava por informações dos magos que inicialmente foram inquiridos por ele quanto ao tempo que avistaram a estrela. Não tem sentido imaginar que ele ficou esperando por informações dos magos durante anos a fio. Ele pode ter esperado, pelo que tudo indica, alguns meses, por isso que mandou matar crianças de até 2 anos idade.

Ocorre, porém, que ao considerarmos as duas narrativas, nessa sequência, primeiro os pastores veem o bebê e depois os magos o veem um pouco maior, elas entram em confronto. Porque se os pastores viram Jesus e saiu a espalhar essa grande notícia para os judeus, então esse acontecimento não era tão secreto como é apresentado por Mateus. Herodes e os escribas já teriam tido conhecimento de jesus, então, não sendo preciso, portanto, que os astrólogos tivessem lhe informado de que viu a estrela do salvador.

E, vendo-o, divulgaram a palavra que acerca do menino lhes fora dita;
E todos os que a ouviram se maravilharam do que os pastores lhes diziam.”
Lucas 2:17,18

Vejam agora o que dizia a lei mosaica, quando uma mulher dava à luz a um menino.

Fala aos filhos de Israel, dizendo: Se uma mulher conceber e der à luz um menino, será imunda sete dias, assim como nos dias da separação da sua enfermidade, será imunda. E no dia oitavo se circuncidará ao menino a carne do seu prepúcio. Depois ficará ela trinta e três dias no sangue da sua purificação; nenhuma coisa santa tocará e não entrará no santuário até que se cumpram os dias da sua purificação.” Levítico 12:2-4

Lucas, em seu relato nos, diz que Maria, como sendo judia, era cumpridora desse ritual.

E, quando os oito dias foram cumpridos, para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido. E, cumprindo-se os dias da purificação dela, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor
(Segundo o que está escrito na lei do Senhor: Todo o macho primogênito será consagrado ao Senhor); E para darem a oferta segundo o disposto na lei do Senhor: Um par de rolas ou dois pombinhos.”
Lucas 2:21-24

 

 

Essa informação é importante porque nos ajuda a situar no tempo e espaço a família de Jesus.

E, quando acabaram de cumprir tudo segundo a lei do Senhor, voltaram à Galiléia, para a sua cidade de Nazaré.
E o menino crescia, e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.”
Lucas 2:39,40

Observem que Jesus ainda bebê se encontrava em Judá e ficou por lá até o momento de sua circuncisão. Retornando, depois de 40 dias, para Nazaré sua cidade de origem.

E é aqui que vemos o quanto contraditórios são os relatos dos dois evangelistas, segundo Mateus, Jesus só teria ido a Nazaré, depois de ter vindo do Egito, para fugir não mais de Herodes, pois este já estava morto, mas de seu filho Arquelau. E mais, porque jesus estaria a salvo em Nazaré, se quando Herodes, o Grande morreu, a palestina foi dividida entre seus filhos, logo em qualquer parte da palestina, ele não estaria seguro.

E Lucas ainda diz que os pais de Jesus iam todos os anos à Pascoa, logo, em nenhum momento, segundo Lucas, a família de Jesus esteve foragida no Egito ou escondida em Nazaré.

E mesmo nos seus 12 anos de idade, no evangelho de lucas, Jesus é situado em Nazaré. O que prova que Jesus era de Nazaré e só teria ido para Jerusalém apenas para ser circuncidado, como todo bom judeu seguidor da lei judaica.

Não tem como encaixar a estória de Lucas na de Mateus e vice-versa. Porque se trata, como já dito, de estória diversa entre si e sem qualquer inspiração divina.

E os fatos desmontam a veracidade desses relatos, por exemplo, Herodes, o Grande, reinava por toda a palestina e era um rei que estava a serviço de Roma. E esta por sua vez era senhora de todo o mundo, praticamente, não tinha lugar nenhum que Jesus pudesse se esconder, e muito menos no Egito que também era propriedade de Roma e que ficava próxima da Palestina.

E, quando Herodes, o Grande, morreu, seu reino foi dividido entre seus filhos, Herodes Antipas, Herodes Arquelau e Felipe, assim, quando Mateus diz que José fugiu para Nazaré, quando veio do Egito, porque Arquelau governava, isso não o poria a salvo, pois toda a Palestina ainda era domínio dos Herodes.

A situação financeira da família de Jesus também tornaria muito improvável a suposta fuga para o Egito. Eles eram muito pobres, para não dizer miseráveis. E uma fuga dessa, exigiria muito recursos financeiros, coisa que eles não tinham, basta vermos que até para a purificação de Maria foram oferecidas apenas duas pombinhas. E a lei judaica prescrevia essa situação para famílias muito pobres.

Essa situação financeira também desmistifica a realeza de Jesus. Como um descendente do poderoso rei Davi poderia ser tão miserável?

A situação de João Batista também é muito duvidosa, pois este era mais velho que Jesus em 6 meses, logo, ele também quando saiu o decreto de Herodes também deveria se esconder, mas isso não ocorre.

As mentiras não param, quando o assunto é Jesus. Isaías em sua profecia diz que o menino receberia o nome de Emanuel. Esse seria o nome do menino, segundo Isaías, e não Jesus.

Mateus mudou o nome para Jesus!

Os crentes, em defesa da Bíblia, dizem que Emanuel é apenas um título que significa “deus está conosco”, aliás até Mateus tenta reforçar essa ideia na mente de seus leitores.

Mas isso é a mais uma das mentiras de Mateus. Sabe por quê? Por que se Emanuel é simplesmente um título porque significa “Deus está entre nós”, assim também o seria os nomes Josué, Daniel, Israel e mesmo Jesus, pois todos esses nomes também significam algo. Josué, por exemplo, significa “Deus é a salvação”, "Javé é salvação" ou “Jeová é auxílio”. E mais Jesus é a forma aramaica para Josué, ou seja, o significado de Josué(Yesua) serve para Jesus.

A jogada de quem escreveu os evangelhos em trocar o nome de Emanuel para Jesus se deu porque Jesus era um nome muito comum na época. Assim ficaria fácil de relacionar esse nome comum a alguém que realmente existiu.

Talvez você poderia se perguntar: Por que então eles colocariam na Bíblia relatos tão claramente contraditórios?

A explicação é simples. Os evangelhos, quando surgiram, não apareceram do nada e todos juntos ao mesmo tempo. Essa é a primeira coisa que temos de ter em mente.

Quando a “igreja” surgiu, e quando digo igreja me refiro a uma série de igrejas espalhadas por aquela região. Os evangelhos foram surgindo em uma e em outra igreja. Uma distante da outra.

Por isso que um evangelho nunca dirá exatamente a mesma coisa que outro.

Tome, por exemplo, a estória de Lampião. Se você for a diferentes partes do nordeste brasileiro, encontrará diferentes estórias a respeito dessa personagem. Ouvirá dizer que ele era um tipo de Robin Rood, e em outras localidades, ouvirá dizer que ele era um ladrão e bandido muito cruel.

Da mesma forma se deu com os contos dos evangelistas. Como inicialmente eram estórias faladas e ainda não escritas, muitas outras mentiras foram sendo acrescentadas às primeiras até o momento em que foram assentadas numa página de papel.

Os evangelistas, ao escrever suas narrativas, não imaginavam que algum dia suas estórias seriam reunidas num único compêndio ou livro. Assim, nenhum deles se preocupou de que seus relatos estivessem em conformidade com um outro evangelista ou escritor.

Só mais tarde, que tiveram a ideia de agrupar esses evangelhos, as cartas de Paulo e as escrituras dos judeus naquilo que hoje conhecemos por Bíblia!

Mesmo sabendo das diferenças encontradas nos evangelhos, não os descartaram, porque consideravam todos como sendo estórias sacras. Ou mesmo por não saberem quem realmente estava contando a verdade. Assim, na dúvida, imaginaram, provavelmente, melhor conservar todos, inclusive os duvidosos, que perder algum.

Lembre-se de que o próprio Lucas nos dá a pista. Ele nos conta que Havia diversos relatos das estórias do curadeiro Jesus. E que ele de forma minuciosa pesquisou esses relatos que chegaram até ele de forma oral a fim de dar a conhecê-los a um tal de Teófilo.

Assim, concluímos que Lucas, bem como os demais escritores do Novo Testamento nunca foram tomados ou mesmo inspirados por alguma divindade. Tudo partiu da vontade humana, sem qualquer participação do suposto deus contida em suas estórias.

E quem conhece ou já leu sobre o Concílio de Niceia e os outros concílios que ocorreram após ele, sabe muito bem do que estou falando.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

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