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Deus é Realmente o Fazedor do Mal

Deus é Realmente o Fazedor do Mal

                                                                Quem criou o mal?

 

O livro de Isaías 45:7 ”Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o [SENHOR, Jeová, Iavé, IHVH], faço todas estas coisas.”

O que vou falar aqui será mais compreensível para os que não faltaram às aulas de literatura portuguesa ou mesmo de língua portuguesa, em especial, na parte que trata das figuras de linguagem. Pois bem, o escritor do livro de Isaías fez uso desse recurso linguístico, sobretudo, da famosa antítese, aliás, toda a Bíblia está repleta de diversas figuras de linguagem como metáfora, prosopopeia, hipérbole, antítese dentre outras.

E o que seria a figura de linguagem antítese? Ela nada mais é que o uso de ideias opostas. Ela é usada quando aquele que está escrevendo, faz uso de palavras de sentidos contrários ou antônimos, por exemplo: vida- morte; luz- escuridão, paz- guerra; preto- branco.

Assim, em Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; é evidente o uso da antítese. Vejam o contraste entre as palavras luz- trevas; paz- mal. Perceba que mal poderia ser substituída facilmente por guerra, contudo a palavra guerra tem conotação de algo mal ou ruim também, não é mesmo?

Outro detalhe, se lermos atentamente todo o capítulo 45 de Isaías, veremos o motivo de ele ter usado essa figura de linguagem. O escritor queria passar para seus leitores e/ou interlocutores que Deus[Jeová, Iavé, Javé, …] era todo poderoso e igual a Ele, não há outro. Notem Isaías 45:5 “Eu sou Jeová, e não há outro”. Todo o capitulo é uma exaltação às capacidades do Deus de Israel. Lá é dito que Ele é formador do céu, da terra e do homem, que Ele conta as coisas antes mesmo de elas serem ditas, ou seja, o Deus de Israel é capaz de tudo. Até mesmo a escuridão(trevas) e a calamidade (guerra, mal, miséria) são tudo obras Dele. Nada pode ser atribuído a outro. Isaías 45:20, 21

A partir daqui também, gostaria que vocês dessem atenção ao seguinte fato, os antigos hebreus passaram a ver Jeová(Elohim) como a única e verdadeira divindade. Para eles, quando tudo ia bem era por causa de Jeová; e quando algo de mal ocorria, também era por causa Dele. Era inconcebível ou mesmo uma blasfêmia se atribuir qualquer coisa, independentemente, de ela ser boa ou má a outro ser que não a Jeová.

Quando os judeus foram deportados para Babilônia, e lá entraram em contato com essa cultura, foi que essa concepção mudou. Como assim mudou? Poderiam alguns indagar. É que o zoroastrismo era a religião dos babilônios, nessa religião, acreditava-se que havia duas divindades opostas, Ahura Masda, o deus do bem e Aimã, deus do mal. Ahura só podia fazer o bem, nunca o mal, enquanto que Aimã, só praticava o mal. Foi a partir dessa concepção que os Judeus passaram a questionar suas concepções em relação ao seu Deus, jeová. Este também não poderia praticar o mal, já que era bom, e, por isso, o mal deveria ser obra de outro ser, não de Jeová. Foi assim que surgiu a figura do Diabo, também Satanás.

Como sei que vocês se comportam como os antigos bereanos, surgiro que pesquisem na internet, em livros de história antiga ou mesmo em bibliotecas públicas, lá vocês tirarão suas conclusões, e me dirão se estou inventando essas coisas.

Prossiguamos. Acompanhem meu raciocínio atentamente mais essa vez. Vou fazer algumas perguntas para tentar esclarecer alguns pontos a respeito da origem do mal, segundo o pensamento dos hebreus.

Quando Deus estava sozinho em algum lugar nesse imenso universo, havia algum mal? É óbvio que não havia! Pelo menos se imaginarmos que Deus é bom, não é mesmo!

Quando Deus passou a criar, o famoso “no princípiopodemos dizer que já havia algum mal? Creio que também não.

Quando, segundo a bíblia, Deus criou a árvore do bem e do mal, havia algum mal em Adão e Eva? Todos concordamos que não, não é? Lembre-se de que um dos objetivos do livro de Gênesis, é explicar a origem ou a causa de todo o mal que assola a humanidade. Todos os povos da antiguidade têm suas próprias explicações dessa origem e, os hebreus não seriam a exceção nesse caso.

Portanto, dessa última pergunta, extraímos como resposta que foi Deus que colocou nesse fruto o mal. O agente criador em Gênesis, não é outro, a não ser Deus, embora haja quem diga que Jesus (Miguel) e os anjos participassem também da criação. Mas todo o crédito é só de Deus. É ele que recebe o título de Criador, nada mais justo, já que foi Ele que havia criado supostamente estes. Não foi?

O mal não existia em nenhum lugar antes de Deus o colocar no fruto, a não ser na cabeça de Deus e talvez na dos anjos. Talvez alguns digam, mas o anjo, Satanás, já estava criado e portanto ele é que fez o mal. Diria que esse argumento é bastante frágil, pois não foi o diabo que criou a árvore com o fruto que daria a Adão o conhecimento do bem e do mal.

É digno também indagar o seguinte: Se o mal e o bem foram colocados no fruto por Deus, então o que havia em Adão e Eva?

É lógico que o mal e o bem contidos no fruto representam a capacidade de se praticar esses atos. De onde concluímos isso? Das palavras da serpente quando disse: Por que Deus sabe que, no mesmo dia em que comerdes dele, forçosamente se abrirão vossos olhos e forçosamente sereis como Deus, sabendo o que é bom e o que é mau. Gênesis 3:5

Será que a serpente estava mentindo quando disse isso? A Bíblia diz que não, Gênesis 3:7 “Abriram-se então os olhos de ambos e começaram a perceber que estavam nus.” Aconteceu exatamente como a serpente havia falado!

Quer dizer, Adão passaria a ser como Deus, podendo decidir por si mesmo o que era bom e o que era mau. Antes de comer do fruto, essa faculdade era ausente em Adão e Eva.

Veja o que é dito por Deus, após Adão e Eva terem comido do fruto: Eis que o homem se tem tornado como um de nós, sabendo o que é bom e o que é mau, e agora, a fim de que não estenda a sua mão e tome realmente também do fruto da árvore da vida e viva por tempo indefinido.” Gênesis 3: 22

Esse versículo é espetacular! Porque aqui nos é informado que a capacidade de saber fazer o que é bom e o que é mau, era exclusividade de Deus e de alguns “nós”. Alguns entendem que esse “nós”sejam Deus e os anjos, já outros entendem que seja a Trindade. Contudo, independentemente de quem realmente seja, o importante é que a serpente disse que Adão e Eva iriam se tornar como Deus, e, se tornaram, de fato.

Não há como se concluir outra coisa. Deus, segundo a bíblia, é quem faz o bem e o mal. Daí de Isaías dizer: “Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o [SENHOR, Jeová, Iavé, IHVH].”[o grifo é nosso]

Muitos crentes na tentativa de esconder essa irrefutável verdade, tentam tirar a palavra mal desse versículo, mas versões mais antigas mostram claramente que a palavra ali não poderia ser outra que não mal. Os manuscritos encontrados no Mar Morto, mostram exatamente isso, numa cópia do livro de Isaías. Porém, já há alguns que se renderam a verdade dos fatos e aceitam que o criador do mal é Deus.

Outros mais resistentes tentam dar um outro sentido à ideia de mal presentes no texto de Gênesis e Isaías, dizem que o mal seria não o mal em si, mas a possibilidade de o mal existir. Contudo, no caso, pelo menos, de Isaías, essa ideia não se confirma porque como já explicado, Isaías fez uso de antítese.

Já o mal de Gênesis também o contexto os desmente, pois, ali é contado uma estória, não tem nada ali de sentido figurado. A ideia do escritor é passar algo real que aconteceu. O mal era tanto real e presente no fruto que este ao ser comido produziu naqueles que o comera, Adão e Eva a sensação de que estar nu era algo mal, ruim. Além disso, havia duas árvores que se opunham. A árvore do bem e mal que levaria a morte aquele que dela fizesse uso e a árvore da vida. As duas árvores em si já constituíam numa antítese. Se quem comesse da árvore do bem e do mal, acabaria morrendo, o que ocorreria com aquele que comesse da árvore da vida? Faço essa pergunta porque certa vez um crente me disse que não havia nada na árvore do mal e do bem. Ele até me indagou se poderia fazer um suco do mal que havia na árvore. Para mostrar-lhe o quanto ele estava equivocado, perguntei-lhe se ele também poderia fazer um suco de vida com a árvore da vida. E o porque de Deus rapidamente colocar dois querubins próximo dessa árvore, já que as árvores não eram reais, mas apenas símbolos.

Essas árvores, por certo, eram diferentes das demais árvores, possuíam propriedades especiais, segundo o contexto em que se encontra na bíblia, é claro.

É a partir de Gênesis que os hebreus criaram essa concepção mais tarde mudada em contato com os babilônios.

São várias as evidências dessa concepção dentro da própria Bíblia. As mulheres quando não podiam ter filhos diziam que foi Jeová que havia fechado suas madres. Foi assim no caso de Raquel, esposa do Jacó, de Ana mãe de Samuel e tantas outras. Destacamos Rute 1:20, 21; Jó( todo o livro de jó prova isso). Lembre-se de que em nenhum momento dos sofrimentos de Jó é dito que foi o Diabo, Satanás que lho havia causado. A narrativa termina e Jó nem tampouco os que estavam com ele ficam sabendo que fora o Diabo o causador de tudo, mas vejam o que Satanás ( jó 2: 5) diz: “Ao invés disso toca-lhe até o osso e a carne ” Note que o diabo não diz “Ao invés disso deixa que eu toque-lhe até o osso e a carne, contudo ele manda que Deus toque em Jó. Veja também jó 2:3 :” … Ele (jó) ainda se agarra à sua integridade, embora me instigues contra ele para tragá-lo sem causa.”

Aula de português aqui para descobrir o sujeito do verbo instigar. Quem instiga satanás contra ele(Jó)? E o sujeito é Deus, Jeová. Perceberam!

Mais outro, Jó 1: 11:” Mas, ao invés disso, estende tua mão, por favor, e toca em tudo o que ele tem … “Aqui de novo Satanás faz uso do imperativo “ estende tua mão” A mão de quem? Lógico que é a de Deus, se não fosse assim, Satanás diria: por favor, eu vou estender minha mão sobre ele.

Lembrem-se do caso das dez pragas contra o Egito, os sacerdotes de faraó fizeram varas se transformarem em cobras, mas não há nenhuma menção no velho testamento de que aquilo que fora feito por eles teria sido obra de algum diabo. Porque como disse não havia essa concepção. Pra eles os magos ou feiticeiros tinham poderes e que havia deuses, embora para eles fossem falsos. De novo, trago-lhes a lembrança a estória de Balaão, nessa estória, este é visto como um feiticeiro com grandes poderes, capaz de maldiçoar ou abençoar. Este feiticeiro, segundo a Bíblia, abençoava ou amaldiçoava em nome de Jeová. Entre outras palavras, poderia causar o mal ou o bem a alguém, em nome de Jeová. Os povos antigos acreditavam em coisas desse tipo. Até hoje vemos pessoas crentes em mau olhar!

Essa concepção de Deus como causador tanto do bem quanto do mal é mantida por todos os livros escritos antes do pós exílio, e em alguns livros do novo testamento, ou seja, pós exílio.

Poderia citar centenas ou mais de passagens, mas creio que estas já são mais que suficientes para se ter alguma noção do porquê da fala de Isaías 45:7.

 

 

 

 

 

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