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A escravidão no mundo
Uma das formas comportamentais mais cruel e desumana já praticada pelos seres humanos em sua história chamava-se escravidão. Ela retirava todo sentimento de humanidade que poderia haver naquele que a praticava.
A escravidão transformava aquele que tinha a posse de alguém em senhor e a pessoa submissa a ele em escravo. Era a imposição da força de uma pessoa ou grupo sobre outros mais fracos.
O escravo ou servo não era visto como ser humano, e sim, como um animal ou uma mera mercadoria. Podendo até ser descartado a qualquer momento pelo seu amo.
Alguém ou nascia escravo, por ser filho de escravos, ou se tornava um, por dívidas contraídas e não pagas, ou por pertencer a um povo conquistado em guerra. Esta última forma de constituir alguém em escravo era a mais comum, por causa das constantes lutas entre povos pela aquisição de novos territórios no passado.
Quando falamos de escravidão no Brasil, nos vem logo à mente os negros africanos. Porém, a escravidão praticada aqui, não foi uma das primeiras a ocorrer, podemos até dizer que a nossa foi tardia.
A escravidão era uma prática social de há muito tempo e não só entre negros africanos. Ela surge quando o homem passa a viver em comunidade e a interagir com outros grupos sociais. Na Grécia Antiga, Esparta, Roma e Oriente Médio, ela já era muito praticada, inclusive entre os índios aqui no Brasil. Nesses locais, a escravidão tinha suas particularidades.
Diante da brutalidade que era a escravidão, qualquer livro hoje que a retrate como algo bom e necessário certamente seria muito criticado e reprovado pela grande maioria das pessoas que o lesse.
A escravidão na Bíblia
A Bíblia, cujo inspirador acredita-se ser deus, indubitavelmente, deveria reprovar veementemente essa prática primitiva que marcou de forma negativa a humanidade. Ela deveria, por certo, apresentar fortes e irrefutáveis argumentos contra essa prática tão criminosa e desumana. Condenando inclusive aqueles que a utilizaram no passado. Sendo, pois, a Bíblia, a palavra de um deus que criou todos os homens livres e dotados de livre-arbítrio, jamais endossaria ou seria conivente com tamanha crueldade como foi a escravidão.
Se nós humanos pecadores(?) e mortais não mais aceitamos tal prática em nossos dias, o que dizer de um deus amoroso, imparcial, todo-poderoso e atemporal? Pensaria ele de forma diferente em algum momento da linha do tempo?
A lógica e a razão apontam que não, porém, os contos bíblicos nos mostram justamente o contrário.
A Bíblia vai exatamente na contramão quando o assunto é a escravidão.
De acordo com os relatos bíblicos, os hebreus passaram 400 anos na condição de escravos, sendo torturados e forçados a trabalhar na terra do Egito.
Por terem sentido na pele a tortura que era ser um escravo ou servo, os hebreus, com efeito, não admitiriam em seu meio conduta similar à que fora praticada no Egito em seu desfavor.
Somente quem conviveu com a escravidão sabe o quanto ela é malévola.
Contudo, eles, pelo que parece, não aprenderam a lição, e impuseram a escravidão não só a outros povos, mas também entre seu próprio povo.
Mas por que os hebreus fizeram isso?
A resposta é muito simples. Porque os hebreus não tinham nenhuma orientação de deus algum. Suas ideias e opiniões sobre o mundo eram iguais aos demais povos.
Vejam o que Jeová fala aos hebreus logo que saem do cativeiro egípcio:
“Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas.” Êxodo 20:10
O deus, Javé, menciona que os servos e servas dos hebreus não poderiam fazer obra alguma nos dias de sábado. Ele vê a escravidão como algo supernatural e aceitável.
Pra Jeová, o deus do deserto, desumano era os hebreus serem escravos, mas eles mesmos terem os seus próprios escravos, não. E o pior é que esse deus admite a escravidão entre os próprios hebreus. Eles poderiam fazer de outros hebreus seus escravos. Filhos hebreus poderiam ser vendidos como escravos para outros hebreus.
O deus israelita, na estória do Êxodo, quando libertou os hebreus não estava se levantando contra o sistema escravocrata do Egito, apenas não aceitava que outros povos escravizassem os hebreus. A escravidão para o deus, Jeová, era algo que não devia ser mudado.
NO Egito havia outros escravos de diferentes lugares, mas o deus hebreu só pediu pela libertação dos hebreus. Aquilo que o incomodava não era a escravidão em si, mas a condição de escravos dos hebreus.
Você acha isso razoável?
Que deus é esse que se intitula como deus de amor e ao menos tempo age com o mesmo grau de crueldade que aqueles que ele supostamente procura condenar por tais práticas?
Como Faraó estava errado em escravizar os hebreus, se seu próprio deus já mantinha entre seus servos escravos?
Notem essa declaração hipócrita de Jeová: “Não oprimirás o estrangeiro, pois conheceis o que sente o estrangeiro, vós que o fostes no Egito.” Êxodo 23:9
Hipócrita, hipócrita e hipócrita!
Será que esse deus muda de opinião conforme o tempo e as circunstâncias? Será que seu modo de pensar se conforma com os dos opressores de seu povo?
Quando lemos a Bíblia facilmente concluímos que a escravidão sempre existiu entre os hebreus, ocorre, porém, que ela foi institucionalizada a partir da saída dos hebreus do cativeiro egípcio. Talvez a escravidão entre os hebreus antes do cativeiro fosse igual aos dos outros povos, mas que após sua saída, novas regras ao sistema de escravatura hebraica tenham sido fixadas.
Veja, por exemplo, essa passagem onde o próprio deus hebreu fixa essas regras.
“Estes são os estatutos que lhes proporás:
Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá; mas ao sétimo sairá livre, de graça. Se entrou só com o seu corpo, só com o seu corpo sairá; se ele era homem casado, sua mulher sairá com ele. Se seu senhor lhe houver dado uma mulher e ela lhe houver dado filhos ou filhas, a mulher e seus filhos serão de seu senhor, e ele sairá sozinho. Mas se aquele servo expressamente disser: Eu amo a meu senhor, e a minha mulher, e a meus filhos; não quero sair livre. Então seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta, ou ao umbral da porta, e seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre. E se um homem vender sua filha para ser serva, ela não sairá como saem os servos. Se ela não agradar ao seu senhor, e ele não se desposar com ela, fará que se resgate; não poderá vendê-la a um povo estranho, agindo deslealmente com ela. Mas se a desposar com seu filho, fará com ela conforme ao direito das filhas. Se lhe tomar outra, não diminuirá o mantimento desta, nem o seu vestido, nem a sua obrigação marital. E se lhe não fizer estas três coisas, sairá de graça, sem dar dinheiro. Êxodo 21:1-11
A crueldade que os hebreus deveriam praticar a mando de seu deus, que em nada era diferente dos deuses chamados de falsos por eles, é de impressionar.
Um servo hebreu teria, se um dia fosse liberto, de deixar seus filhos e mulher para seu senhor, caso este tivesse lhe dado uma esposa, isso porque sua esposa era tida como um objeto pertencente ao seu senhor, logo, todos os filhos que ela desse à luz, também pertenceriam a ele.
Isso é justiça? Isso é misericórdia? Isso é demonstração de amor e piedade?
Percebam a tamanha crueldade da lei santa(?) desse deus imaginário que, astutamente, sabe que ninguém deixaria seus filhos e esposa para trás. Esse deus é tão bandido que sabendo disso, quer, na realidade, que ninguém saia jamais da condição de escravo. Pai algum deixaria seus filhos na condição de escravos, preferiria morrer, com certeza, na mesma condição deles a abandoná-los.
Comparem a passagem bíblica acima com essa: “E quanto a teu escravo ou a tua escrava que tiveres, serão das nações que estão ao redor de vós; deles comprareis escravos e escravas. Também os comprareis dos filhos dos forasteiros que peregrinam entre vós, deles e das suas famílias que estiverem convosco, que tiverem gerado na vossa terra; e vos serão por possessão. E possuí-los-eis por herança para vossos filhos depois de vós, para herdarem a possessão; perpetuamente os fareis servir; mas sobre vossos irmãos, os filhos de Israel, não vos assenhoreareis com rigor, uns sobre os outros. Levítico 25:44-46
Essa passagem não só entra em contradição com a anterior, mas também, nos revela a hipocrisia do deus imaginário, Jeová. Como dito anteriormente, ele não vê nada demais em escravizar pessoas, desde que elas, é claro, não sejam hebreias.
A escravidão imposta pelos hebreus a outros povos teria caráter perpétuo, mas a que era imposta a um escravo hebreu não era. O estrangeiro que estivesse no meio de Israel, caso adquirisse um escravo hebreu, deveria libertá-lo mais tarde.
O machismo e a poligamia na comunidade hebreia
A cultura hebraica era machista, assim esta impunha às mulheres uma condição de inferioridade com relação aos homens. As filhas de um hebreu, por exemplo, poderiam ser vendidas como escravas a outros hebreus de maior posse, é claro, mas não se menciona que o mesmo poderia acontecer aos filhos homens.
Que princípio moral é esse desse deus hebreu?
Que deus miserável é esse que as pessoas insistem em querer adorar?
Ao contrário do que muitos pensam, os homens santos que compunham a nação santa de um deus que se dizia também santo, podiam ter diversas mulheres. Sim, os hebreus do sexo masculino eram maridos se quisessem e pudessem de diversas esposas, sem falar das servas que muitas vezes eram usadas por seus senhores como escravas sexuais, principalmente, quando as suas esposas estavam no período menstrual ou eram estéreis.
Os homens hebreus poderiam até recusar uma mulher se não se agradassem dela, mesmo já tendo tido relações sexuais com ela. A mulher era vista como um objeto descartável, servindo apenas para saciar os desejos sexuais de seus maridos e dar-lhes filhos, preferencialmente homens.
Os hebreus davam às suas mulheres o mesmo tratamento que os demais povos ao seu redor davam às suas. Eles as viam como verdadeiras mercadorias. As mulheres se dirigiam a eles como meu senhor. Esse era o mesmo tratamento que os escravos tinham para com o seu dono, não é mesmo?
Quem vê nisso inspiração divina é um ignorante pior que os próprios hebreus que criaram essa aberração chamada Jeová.
Sim, nunca existiu para os hebreus essa estória de fidelidade conjugal, sobretudo, quando se tratava do sexo masculino.
E é óbvio o motivo que isso fosse assim. Os hebreus faziam parte de uma comunidade na qual a presença masculina era dominante. Quem mandava era o homem. A força física era a que imperava nas relações humanas naquela época. Não é por nada que até seu deus era idealizado por eles como um deus guerreiro, um varão, poderoso e forte, um macho e não uma mulher!
Nessa comunidade primitiva, as mulheres tinham três papéis: gerar filhos, dar prazer a seu marido e cuidar dos afazeres domésticos. Essa condição das mulheres, em muitas partes do Oriente Médio, persiste até os dias de hoje.
A estória bonitinha de deus criar Adão e lhe dar uma só esposa é uma farsa. Até hoje, nas igrejas, pastores e padres citam essa passagem como sendo digna de ser copiada por aqueles que estão diante do altar para se casarem.
Há relatos extra Bíblia que nos contam que Adão, na realidade, teria tido uma outra esposa antes de Eva, seu nome seria Lilith. Aparentemente, essa estória de uma primeira esposa de Adão, parece ser sem sentido, sobretudo, quando lemos a Bíblia, mas conhecendo o histórico dos hebreus e de sabermos que sua cultura não prezava a monogamia, mas sim, a poligamia, não podemos estranhar tanto assim. E por incrível que pareça, podemos encontrar o nome de Lilith em diversas passagens em Bíblias mais antigas, o que comprovaria em parte a sua estória com Adão.
Os israelitas como já disse sempre adotaram a poligamia como prática.
Patriarcas como Abraão, Isaque, Jacó e seus filhos cujas estórias são bem mais anteriores que as estórias do Êxodo, já praticavam a poligamia. Eles tinham diversas esposas, além de servas.
Servos e servas naquele tempo não eram senhores nem de seus próprios corpos, estes também estavam à disposição de seus senhores.
Para confirmarmos isso, basta, para tanto, darmos uma olhada na estória de Abraão cuja esposa era Sara. O relato nos conta que essa mulher era estéril e para dar filhos herdeiros a seu marido, teria lhe entregue sua serva Agar para ter relações sexuais.
Você não vê nisso um adultério?
Acontece que para a cultura dos hebreus, para seu deus Jeová e para demais povos isso não era.
O adultério é explícito, pois casado com a serva, Abrão não era. Acontece que Agar era escrava, por isso que sem hesitação deitou-se com seu senhor, Abraão.
O velho Abraão cometeu adultério a mando de sua própria esposa. São estórias como essas que encontramos a todo tempo nas páginas da Bíblia.
Por que deus permitiu tais práticas
Muitos crentes afirmam que isso era permitido por deus porque não havia ainda a lei judaica com suas restrições. Só que isso não é verdade!
A monogamia teria substituído a poligamia muito, muito, muito tempo depois. E não foi nem um deus que a estabeleceu como regra, pelo contrário, os deuses, em sua grande massa, eram representados como tendo muitas esposas, fora as puladas de cerca que eles costumavam dar quando se envolviam com alguma mortal ou mesmo algum animal.
A desculpa encontrada pelos crentes para justificar a maldade de seu deus primitivo tão ignorante quanto àqueles que o criaram em permitir entre as fileiras dos israelitas a prática desumana da escravidão e da poligamia é dizer que não foi deus que as criou, mas os homens e sendo assim, ele não poderia interferir nelas.
Mesmo que aceitemos essas mentiras como verdadeiras, dificilmente elas se sustentariam ao examinarmos a Bíblia.
Se o sistema de escravidão foi criada pelo homem e deus não poderia interferir nele, então por que ele se interferiu na escravidão imposta pelos egípcios aos hebreus?
Que incoerência é essa?
Como um deus que mata crianças, mulheres grávidas, velhos, bebês e animais com o pretexto de que a maldade havia se tornado insuportável não poderia demonstrar sua insatisfação ou desacordo também com a escravidão e a poligamia?
Que deus é esse que os costumes dos homens se sobrepõem a suas leis morais?
E a Bíblia chama Jeová de o rei da terra, o Soberano Senhor. Que grande senhor é esse que não se impõe?
Por que se o motivo de se permitir que Abraão e outros tivessem sexo com suas servas fossem a falta da lei, então por que mesmo depois que essa foi instituída, Saul, Davi, Salomão tiveram muitas servas e concubinas além de suas esposas?
Por que então Abraão quando enganou o rei Abimeleque, este declarou que cometeria um pecado se tivesse deitado com Sara? Por acaso esse rei pagão tinha alguma lei para que pensasse assim?
É lógico que não!
A Bíblia está repleta de exemplos que mostram que não se tratava de existência ou não de lei judaica, mas de um costume dos povos antigos e que era também seguido pelos hebreus.
Jacó, por exemplo, quando foi até a casa de sua mãe, casou-se com a filha mais velha de Labão, seu tio, e este depois disse que era costume em sua terra dar primeiro a mais velha e só em seguida se entregava a filha mais nova, ou seja, a poligamia era um costume.
Esse mesmo Jacó, segundo a lenda bíblica, foi quem deu origem as 12 tribos de Israel, sendo que a maioria desses 12 filhos que formaram essas tribos veio de diferentes mães.
E para acabar de vez com a falácia dos crentes, vamos nos lembrar de três casos, o de Gideão e seus 300 homens e o de Jefté e Davi, o adúltero, assassino e ladrão que gozava do prestígio de ser um homem segundo o coração de deus. As estórias desses três homens escolhidos pelo deus de Israel, para guiar seu povo em batalhas épicas, acontecem muito, muito tempo depois que Israel já teria a lei de Moisés. Juízes 6,7 e 8
“E teve Gideão setenta filhos, que procederam dele, porque tinha muitas mulheres. E sua concubina, que estava em Siquém, lhe deu à luz também um filho; e pôs-lhe por nome Abimeleque.”Juízes 8:30,31
Se depois da lei de Moisés, o povo hebreu era um povo que prezava pela monogamia, então o que dizer do caso de Gideão?
“Era então Jefté, o gileadita, homem valoroso, porém filho de uma prostituta; mas Gileade gerara a Jefté. Também a mulher de Gileade lhe deu filhos, e, sendo os filhos desta mulher já grandes, expulsaram a Jefté, e lhe disseram: Não herdarás na casa de nosso pai, porque és filho de outra mulher. Juízes 11: 1,2
Estão vendo como a prostituição era a coisa mais normal para os do povo de deus? O nosso outro exemplo, Jefté, era filho de uma prostituta com seu valoroso pai, Gileade, que já possuía outra mulher. Mesmo assim, o deus hebreu não via nada demais que o valoroso Gileade, de vez em quando, se divertisse um pouquinho, afinal de contas, até Gileade era filho de deus!
E o rei de cuja linhagem viria o salvador dos cristãos, Davi. Este primeiro casou com a filha de Saul, mas o rei entregou mais tarde sua esposa a outro guerreiro, depois Davi arranjou mais duas mulheres e não parou por aí.
“Foram também levadas cativas as duas mulheres de Davi, Ainoã a jezreelita, e Abigail que fora mulher de Nabal o carmelita.” 1Samuel 30:5
“Tomou Davi para si ainda concubinas e mulheres de Jerusalém, depois que viera de Hebrom; e nasceram a Davi mais filhos e filhas.” 2 Samuel 5;13
E Salomão? Nem é bom falar!
É claro que com a lei ou sem a lei nada havia mudado, os hebreus continuaram fazendo o que era a praxe não só entre eles, mas também entre os povos em sua volta, praticavam abertamente a poligamia, pois, em nenhum momento, a lei de Moisés chegou a proibi-la.
A ignorância dos crentes é espantosa quando o assunto é Bíblia.
Um povo que se dizia escolhido do deus verdadeiro deveria ser um exemplo em termos de moralidade, justiça, comportamento ético e civilidade entre os povos. Esse povo deveria ser uma referência. Todos os povos deveriam querer adorar o deus que era adorado por esse povo.
Mas ninguém queria adorar Javé, nem mesmo o povo que ele escolheu como seu dentre os muitos das nações pelo mundo. E por que não? Simplesmente porque os hebreus e seu deus primitivo não tinham nada de especial em relação aos outros povos e seus deuses. Eram os judeus que queriam imitar outros povos. Vejam, por exemplo, que, segundo a Bíblia, os hebreus não tinham reis, mas desejaram ter um como as nações tinham. Quer dizer, os hebreus copiavam a estrutura social dos povos mais fortes que eles. E isso é supernatural, até hoje isso é assim.
Por tudo que já foi dito, concluímos que Javé não só permitiu a escravidão como também estabeleceu novas regras entre seu povo, inclusive proibindo-a entre seus amados filhos hebreus. Jeová dizia: Escravizem os outros, mas não escravizem meus hebreus.
Não é preciso ir muito longe para ver de pronto que os crentes mentem.
A Bíblia os envergonham!
A origem da escravidão e da poligamia segundo a Bíblia
A primeira menção de escravidão ou servidão está no livro de Gênesis com o relato do vinhedo de Noé. Nele Noé condena por meio de uma maldição Cã, seu filho mais novo, e todos os descentes desse por todas as gerações a serem escravos de seus outros irmãos, Sem e Jafé.
Os hebreus abençoava ou amaldiçoava alguém ou alguma coisa sempre em nome de seu deus, portanto, com Noé não teria sido diferente ao amaldiçoar seu filho.
Observem as palavras de Noé abaixo e confirmem o que foi dito acima:
“E despertou Noé do seu vinho, e soube o que seu filho menor lhe fizera. E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos. E disse: Bendito seja o Senhor Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo.” Gênesis 9:24-27
A poligamia também extraímos do próprio contexto da estória de Noé, pois foi dito que ele e seus filhos deveriam se tornar muitos, logo, teriam que possuir diversas esposas entre seus próprios parentes.
Se isso não bastar, podemos recorrer ainda a estória do segundo homicida registrada na Bíblia, Lameque.
“E tomou Lameque para si duas mulheres; o nome de uma era Ada, e o nome da outra, Zilá.” Gênesis 4:19
Logo, é a própria Bíblia que afirma que o sistema de escravidão e a poligamia entre os povos partiram a princípio dos hebreus. Eles é que teriam dado início a duas práticas hoje consideradas desvios de conduta e de comportamento moral.
Javé, quando trouxe o dilúvio e mandou que os hebreus invadissem as terras dos cananeus não viu nada de errado na poligamia e na escravização que eram praticadas ali. E por que acharia, se seu povo há muito tempo, segundo a visão bíblica, não só as praticava como também teria dado origem a elas?
Quanto à outra desculpa de que deus não interfere na esfera particular das pessoas, podemos afirmar com a mais plena certeza, outra vez, de que isso é mentira.
Basta voltamos às páginas da Bíblia e vermos o quanto esse deus se intrometeu por diversas vezes na vontade das pessoas e que ele ao contrário do que falsamente é afirmado pelos crentes, ele não respeita livre-arbítrio nenhum.
“Er, porém, o primogênito de Judá, era mau aos olhos do Senhor, por isso o Senhor o matou.” Gênesis 38:7
Deus matou um homem simplesmente porque ele era mau. Onde está o respeito ao livre-arbítrio do homem? Ele não era livre para fazer suas próprias escolhas em sua vida? Então por que deus foi e o matou?
O quanto de pessoas más muito piores que esse homem havia naquele tempo? Matar alguém só por causa de sua maldade não é justificativa, sobretudo, para um deus que diz que não se deve matar.
Não dizem os crentes que quando alguém vai e mata uma outra pessoa, deus só não age por causa do livre arbítrio da pessoa que é respeitado por deus?
Temos a Torre de Babel, onde vemos deus se intrometendo na vida das pessoas, a estória com Nabucodonosor, onde esse rei pagão é condenado a viver 7 anos na condição de animal pelo deus hebreu. A morte dos primogênito do Egito é um outro exemplo.
São inúmeros os exemplos da intromissão de Jeová no cotidiano dos hebreus e das pessoas gentios( não hebreu).
O adultério nas páginas da Bíblia
Essa estória escandalosa e imoral cometida por um servo do deus santo, Jeová, vem de um filho de Jacó, aquele que além de enganar seu pai Isaque, roubou a primogenitura de seu irmão, Esaú.
Pois bem, Judá, um dos filhos de Jacó que vendeu o irmão, José, como escravo, era um homem casado, sua esposa se chamava Sua.
“E aconteceu no mesmo tempo que Judá desceu de entre seus irmãos e entrou na casa de um homem de Adulão, cujo nome era Hira, E viu Judá ali a filha de um homem cananeu, cujo nome era Sua; e tomou-a por mulher, e a possuiu.” Gênesis 38:1,2
Com esta mulher, Judá teve filhos. Entre os hebreus, pelo menos, é o que deixa claro, a passagem bíblica, havia diversos costumes entre os quais: matar os adúlteros e o de um homem, se morresse sem deixar filhos, seu irmão teria que tomar para si a esposa que foi sua e com ela gerar filhos para seu irmão que havia morrido.
Percebam que essa estória se passa num momento em que os hebreus ainda não haviam recebido a lei de Moisés, isso só ocorreria uns 400 anos depois, quando os israelitas sairiam da condição de escravos do Egito.
O costume hebreu, portanto, não era lei, mas era observado como tal. Algo não muito diferente que ocorre nos nossos dias, porquanto as leis inicialmente surgem, em geral, de um costume.
Esse costume entrava em choque com o que fora mais tarde proibido pela lei de Moisés que proibia que um irmão descobrisse a nudez da mulher de seu irmão. A lei, na verdade, proibia relacionamentos conjugais entre parentes muito próximos.
Porém, mesmo diante da lei proibindo esses relacionamentos parentais, esse costume se sobrepôs a lei de Moisés.
Bom, o escândalo da estória de Judá vem agora. Tamar havia casado com primogênito de Judá, porém, ele morreu sem deixar filhos, portanto, o costume dizia que o filho subsequente teria que tomar a esposa de seu irmão e suscitar-lhe filhos; e isso se deu, entretanto, o segundo filho de Judá morreu também sem deixar filhos. Assim, o terceiro filho teria que tomá-la como esposa e dar filhos a seu irmão morto, só que esse terceiro era menor, então a mulher teria que esperar até que esse completasse idade suficiente para possuí-la.
Ocorre, que, anos se passaram, o filho amadureceu e nada de Judá entregá-lo a Tamar. Portanto, Tamar fez o seguinte: soube que Judá passaria por uma fonte, então, se despiu dos vestuários de viuvez e disfarçou-se prostituta e o esperou.
Quando Judá viu aquela prostituta desejou ter relações sexuais com ela. Assim, Tamar conseguiu engravidar, não do filho de seu sogro, mas do próprio. Gênesis 38:1-30
Vamos entender como os hebreus entendiam o adultério. Para um hebreu, o adultério só se dava quando um homem casado tinha relações sexuais com uma mulher também casada.
Eles consideravam o adultério um pecado porque a mulher de um homem hebreu era tida como propriedade, uma posse sua, além disso, a mulher lhe devia lealdade ao seu senhor. A mulher hebreia era uma de suas propriedades, logo quando um outro homem vinha e a possuía, violava o direito de posse desse homem sobre sua mulher. Era como se aquele homem hebreu estivesse lhe roubando.
Um homem casado ou solteiro ter relações com uma mulher solteira ou com uma escrava não era considerado adultério. Por isso que Judá mesmo sendo casado com Sua pôde transar até com uma mulher que ele achava ser prostituta e não ser condenado a morte pelos costumes dos hebreus e nem por Jeová.
Nesse ponto, os crentes tentam justificar dizendo que a mulher não era prostituta. Mas a questão não é essa. A questão é que Judá sabia que ter relações sexuais não era crime ou violação alguma de qualquer costume hebreu. Pois se houvesse, não teria sequer se aproximado de uma suposta prostituta.
A prostituição também na cultura dos hebreus era condenada, porém, essa condenação não atingia o homem, mas tão somente as mulheres. Os homens podiam se prostituir a vontade, a mulher, não.
A lei de Moisés quando foi fixada proibiu que as filhas dos hebreus fossem dadas a prostituição. Mas ainda assim, não a estendeu para os homens.
Na Bíblia, há diversos relatos de prostituição que não deu em nada quando o envolvido era o homem. Dentre eles, podemos mencionar o famoso rei Davi!
E quer dizer do caso do poderoso Sansão?
“E foi Sansão a Gaza, e viu ali uma mulher prostituta, e entrou a ela.” Juízes 16:1
É, o povo de deus adorava uma prostituta. A prostituição é uma das profissões mais antigas que há, até bem mais antiga que a profissão de ser deus.
Alguns crentes afirmam que o relato não diz que Sansão teria feito sexo com a prostituta, e sim, que usou a casa da prostituta para se esconder dos filisteus. O que você acha? Pode haver dúvidas quanto a isso?
É claro que não. Essa é mais outra desculpa dos crentes para proteger a integridade moral, mas já toda desgastada da Bíblia. Há Bíblias antigas que mostram que a expressão “entrou à ela” significa ter relações, passar à noite com ela, procurar os serviços sexuais de uma mulher que, nesse caso, foi o de uma prostituta. Percebam que nem perseguido Sansão estava, pois senão, não iria justamente à casa de uma prostituta que, naquele tempo, era um local bastante procurado e que sempre havia visitantes.
Como já dito e fortemente provado aqui, os hebreus encaravam a prostituição como aquelas saidinhas de final de semana que os homens de hoje fazem. Transar com uma bela de uma prostituta era uma diversão mui apreciada pelos homens cheios de espírito santo da parte de Jeová.
O que um homem ficaria fazendo até à meia-noite deitado na casa de uma prostituta, senão utilizando de seus ofícios sexuais?
O que você imaginaria se visse alguém saindo na calada da noite da casa de uma prostituta?
Um homem cujo espírito de deus estava sobre ele, creio que escolheria um ambiente mais decente e compatível com a ética moralista de seu deus, não acha?
Além do mais, com o histórico imoral e pervertido dos hebreus quem em sã consciência irá acreditar que um homem cuja força foi capaz de rasgar um leão ao meio e matar mil homens com “uma rabada” de jegue, estaria se escondendo agora de uns poucos filisteus.
Quando lemos esses relatos com atenção, percebemos que a moral e a ética que conhecemos hoje nunca estiveram presentes nas páginas da Bíblia, sobretudo, nas do Velho Testamento.
Princípios morais e a ética para eles eram fazer essas coisas.
Isso é assim porque as leis, os costumes e o modo como as pessoas encaram as coisas, em sua volta, mudam com o passar do tempo e o lugar.
O que vemos nas páginas da Bíblia não são as ideias de um deus todo sábio, atemporal, moralista e ético que teria inspirado seus escritores, mas apenas as ideias de um povo primitivo e ignorante quando comparados com o homem hodierno.
Não há nada na Bíblia que possamos tomar como modelo moral e ético, mesmo alguns dos conselhos que encontramos no Novo Testamento não podemos dizer que são exclusivos da Bíblia. Pois, enquanto Jesus ensinava a todos os seus contos na “terra santa”, se é que os ensinou algum dia; do outro lado do mundo que era desconhecido aos judeus e a Jesus, havia outros povos que pregavam o perdão, a honestidade, a justiça e o amor, já há mais tempo que ele.
Essas virtudes que tanto valorizamos hoje, não vieram ou foram implantadas no mundo pelo cristianismo inspirado nos contos de Jesus; mas, da evolução das pessoas em seu meio social. Elas foram vendo, por si só, que ser honesto, bondoso e amoroso, para com outros, contribuía para boa convivência e paz social.
A mulher é desvalorizada na Bíblia
As aberrações bíblicas não param por aqui em termos de escravidão e desvalorização da mulher.
A pessoa que abre a boca pra dizer que esse livro é sagrado e inspirado por um deus, eu diria com todas as letras, esse alguém é louco e um completo débil mental.
Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando alguém fizer particular voto, segundo a tua avaliação serão as pessoas ao Senhor. Se for a tua avaliação de um homem, da idade de vinte anos até a idade de sessenta, será a tua avaliação de cinqüenta siclos de prata, segundo o siclo do santuário. Porém, se for mulher, a tua avaliação será de trinta siclos. E, se for de cinco anos até vinte, a tua avaliação de um homem será vinte siclos e da mulher dez siclos. Levítico 27:1-5
Para Jeová, o voto de uma mulher vale a metade do declarado por um homem. Vai ver que foi por essa razão que os discípulos de Jesus quando ouviram das mulheres que seu mestre havia ressuscitado, não o acreditaram.
A Bíblia, no capítulo 19, do livro de Juízes, nos traz uma estória terrível que nos revela como os homens do passado encaravam as mulheres.
É a estória de um levita que morava em uma localidade bem distante que resolveu trazer para sua casa uma mulher rapariga e transformá-la em sua concubina. Dias se passam e a mulher o trai com um outro homem e foge para casa de seu pai.
O levita apaixonado resolve ir atrás de sua amada e acalorada concubina. Depois de alguns dias na casa do pai da concubina, o casal apaixonado resolver retornar a seu ninho de amor abrasador.
O apaixonado casal por causa da falta de hospitalidade dos moradores da região por qual passava resolve aceitar o convite de um morador local que lhe oferece pousada. A certa altura da noite, entretanto, chegam à porta daquele velho e bondoso senhor um grupo de arruaceiros, pervertidos e delinquentes homens, exigindo que o homem israelita saiam para satisfazer seus insanos desejos sexuais.
O velho mostrando que era mui hospitaleiro e que jamais poderia deixar que tais homens fizessem com seu hóspede tamanha afronta, resolve dar para deleite daquela turba sua filha, uma moça virgem, e de quebra, a concubina do hóspede.
Porém, os homens não o quiseram, assim, o levita desesperado pegou sua concubina pelo braço e a arrastou para fora, onde ali, os esfomeados por sexo tiveram relações durante a noite inteira.
Pela manhã, o levita ao sair da casa para ir embora como se nada tivesse acontecido, se depara com a mulher desfalecida.
Diante disso, o levita a coloca no jumento e a leva para sua casa, chegando lá, ele a divide em 12 pedaços e os distribui a cada uma das 12 tribos de Israel como forma de protesto pela brutalidade por que sua amada concubina havia passado numa noite macabra que só a Bíblia, o livro sagrado de deus, seria capaz de nos presentear.
Que lição de moral, ética e princípios se pode extrair dessa estória desumana e imoral para nós e nossos filhos? Poderia você contar tal estória para sues filhos como forma de fé e encorajamento para eles? Que sentido moral se pode extrair dessa suposta alegoria? Alguns crentes agora querem ver as estórias asquerosas da Bíblia, quando estas se revelam claramente repugnantes como alegorias, tudo para não escandalizar as sagradas escrituras.
As mulheres para os hebreus eram verdadeiros objetos que poderiam ser descartados quando eles bem entendessem, essa estória nos mostram o verdadeiro valor que uma mulher naquela sociedade patriarcal e primitiva tinha.
Você vê nisso alguma inspiração divina, a mão de um deus todo amoroso e justo?
E o que dizer do mito da criação da mulher chamada Eva?
Um dos relatos de Gênesis sobre a criação relata que o homem foi criado primeiro que a mulher. Esta, contudo, teria se originado a partir da costela retirada do corpo de Adão. O conto bíblico continua dizendo que por causa da mulher que foi facilmente enganada pela serpente entrou as desgraças no mundo dos homens. Gênesis 3:1-24
Ocorre que quem escreveu essa estória foi um hebreu primitivo da época do bronze, onde a mulher não tinha vez, pois nessa cultura completamente machista e excludente, o homem ditava as leis, regras e costumes. Foi por esse motivo que, nesse conto bíblico, a perda do paraíso é atribuída a mulher e não ao homem.
A cultura machista dessa época é tão forte que nos contos bíblicos nunca os homens tinham problemas de fertilidade, no entanto, esses sempre eram atribuídos às mulheres. A culpa era sempre das mulheres nunca dos homens.
O que era contado por uma mulher nunca era acreditado antes de se comprovar aquilo que fora falado por ela.
Os crentes e afins ainda insistem em dizer que um livro desse é para todas as épocas, podendo suas estórias serem utilizadas como aprendizagem.
Ainda assim há quem diga que a Bíblia não é um livro que aprova diversos preconceitos que isso aparentemente aparecem no Velho Testamento e não no Novo.
Será Mesmo que isso é verdade?
A escravidão e a mulher no Novo Testamento
Vejamos o que diz o apóstolo Paulo, um homem cheio de espírito santo e sabedoria tem a dizer as mulheres de nossos dias. Por certo, ele como um homem tão culto e vivendo numa época bem mais moderna que aquela vivida pelos primeiros hebreus, deva dar exemplos maravilhosos de conduta e respeito para com as mulheres.
“Mulheres, sede submissas a vossos maridos, porque assim convém, no Senhor. Maridos, amai as vossas mulheres e não as trateis com aspereza. Filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto agrada ao Senhor. Pais, deixai de irritar vossos filhos, para que não se tornem desanimados. Servos, obedecei em tudo a vossos senhores terrenos, servindo não por motivo de que estais sendo vistos, como quem busca agradar a homens, mas com sinceridade de coração, por temor a Deus.” Colossenses3:18-20
Que exemplos espetaculares dá Paulo às mulheres, ele recomenda que elas sejam submissas a seus maridos, ou seja, a recomendação é que as mulheres aceitem um estado de completa subordinação ao homem.
Já aos escravos, o conselho é que permaneçam escravos para sempre. É essa a inspiração divina da Bíblia? São estes os conselhos que vêm da parte de deus? Esses conselhos já eram dados muito antes de haver cristianismo, não há nada de novo ou revelantes neles.
Os conselhos mais sensatos e relevantes para época seriam se Paulo exortasse aos senhores de escravos que estes deveriam tratá-los com mais humanidade e até libertá-los, pois isso era o que o Senhor dos senhores esperavam deles. Que os maridos tratassem suas esposas com dignidade, respeito e as vissem como coiguais.
É bom que vocês se deem conta que os conselhos aqui dados por Paulo é dirigido a cristãos como ele, o que torna mais absurdo ainda tais conselhos.
Paulo como cristão e se dirigindo a outros cristãos deveria exortá-los a não fazer como as pessoas das nações(os gentios) que possuíam escravos e viam suas esposas como submissas. Mas não, o homem cujas palavras são de origem divina aconselha aos seus coirmãos a terem o mesmo comportamento desumano que os das nações.
Vejam agora a maior prova da falta de inspiração da Bíblia nas palavras de Paulo:
“Mas quero que saibais que senhor de todo homem é Cristo, senhor da mulher é o homem, senhor de Cristo é Deus. Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta falta ao respeito ao seu senhor. E toda mulher que ora ou profetiza, não tendo coberta a cabeça, falta ao respeito ao seu senhor, porque é como se estivesse rapada. Se uma mulher não se cobre com um véu, então corte o cabelo. Ora, se é vergonhoso para a mulher ter os cabelos cortados ou a cabeça rapada, então que se cubra com um véu. Quanto ao homem, não deve cobrir sua cabeça, porque é imagem e esplendor de Deus; a mulher é o reflexo do homem. Com efeito, o homem não foi tirado da mulher, mas a mulher do homem; nem foi o homem criado para a mulher, mas sim a mulher para o homem. Por isso a mulher deve trazer o sinal da submissão sobre sua cabeça, por causa dos anjos. Com tudo isso, aos olhos do Senhor, nem o homem existe sem a mulher, nem a mulher sem o homem. Pois a mulher foi tirada do homem, porém o homem nasce da mulher, e ambos vêm de Deus. Julgai vós mesmos: é decente que uma mulher reze a Deus sem estar coberta com véu?
A própria natureza não vos ensina que é uma desonra para o homem usar cabelo comprido?
Ao passo que é glória para a mulher uma longa cabeleira, porque lhe foi dada como um véu.” 1 Coríntios 11:3-15
Paulo em suas palavras acima orienta seus irmãos da cidade de Coríntio que o chefe ou cabeça do homem é Jesus, por seu turno, a cabeça da mulher é o homem.
Perceba o machismo em dizer que o homem é senhor da mulher no sentido que a mulher é uma serva, escrava, assim como o homem é um servo ou escravo de Cristo.
O brilhante orador cristão continua a dizer que a chefia do homem sobre a mulher se dá porque o homem não foi feito por causa da mulher, mas que esta, sim, foi feita por causa do homem.
Qual a lógica em se estabelecer uma superioridade de alguém ou de alguma coisa, simplesmente por que algo veio primeiro? Considerar um argumento ridículo desse como válido, seria o mesmo que aceitar a máquina de datilografar é superior ao computador só porque ela foi feita primeiro, ou termos que aceitar que regimes antidemocráticos deveriam ser observados pois vieram antes que os democráticos.
Quanto mais Paulo aprofunda essa questão mais louca fica sua argumentação. Em seguida, ele diz que o homem não deve cobrir a cabeça porque ele é a glória e a imagem de deus, e que a glória da mulher é o homem. Então ela deve raspar a cabeça ou cobri-la com um véu. Só que ele mesmo reconhece que os cabelos da mulher já é um véu.
Nesse ponto, alguns crentes afirmam que a palavra grega usada por Paulo nessa passagem para véu refere-se a fazer de algo externo, artificial e não seus próprios cabelos.
E as palavras de Paulo se tornam uma palhaçada, quando ele assume que para deus nem o homem e nem a mulher vivem um sem o outro, que o homem vem, sim, da mulher, mas ambos vem de deus.
Não é isso uma palhaçada?
Se ele mesmo admite que o homem vem da mulher, pois é a mulher que gera filhos e que tanto o homem quanto a mulher procedem de deus, então por que essa discriminação em se determinar que a mulher deva usar véu e o homem não, já que ambos por virem de deus seriam iguais?
O apóstolo se perdeu nas palavras e no final se entregou, pois não há justificativa a não ser que ele como homem pertencente a uma sociedade ainda machista insistia em ver a mulher como inferior.
Em sua primeira epístola ao jovem Timóteo, Paulo menciona novamente a questão de o homem ter sido criado primeiro, logo a mulher deveria ser submissa a ele.
“A mulher ouça a instrução em silêncio, com espírito de submissão. Não permito à mulher que ensine nem que se arrogue autoridade sobre o homem, mas permaneça em silêncio. Pois o primeiro a ser criado foi Adão, depois Eva. E não foi Adão que se deixou iludir, e sim a mulher que, enganada, se tornou culpada de transgressão. Contudo, ela poderá salvar-se, cumprindo os deveres de mãe, contanto que permaneça com modéstia na fé, na caridade e na santidade.” 1 Timóteo 2:11-15
“Entretanto, receio que, assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, também a vossa mente seja de alguma forma seduzida e se afaste da sincera e pura devoção a Cristo.” 2 Coríntios 11:3
Quanto mais o apóstolo para as nações volta a esse assunto, mais besteiras ele acrescenta na tentativa de respaldar seu argumento frágil e sem sentido sobre a submissão que a mulher deveria demonstrar em relação ao homem. Paulo diz que a mulher foi enganada pela serpente e o homem não, logo, a mulher por ser facilmente enganada e iludida devia sua submissão ao homem.
Ocorre que esse argumento é descabido. Primeiro porque ninguém pode ser penalizado por ter cometido algum erro em virtude de engodo de outros. Além disso, se a mulher foi enganada pela serpente, o homem também o foi pela mulher.
Segundo, a Bíblia diz que Eva e Adão não tinham noção nem do bem e nem do mal. Portanto, seria uma insensatez sem tamanho impor a alguém nessas condições a culpa sobre suas atitudes.
E o que será que o filho de deus, Jesus tem para nos orientar nesse sentido?
Será que suas declarações são mais coerentes que as de Paulo, seu apóstolo?
Infelizmente, não!
Jesus como judeu que era seguia a maioria das regras de há muito fixadas pelos seus contemporâneos.
Não há no Novo Testamento uma só declaração do filho de deus contra a poligamia e a escravidão que ainda eram praticadas em seu tempo e entre seus amados judeus.
“Então o Reino dos céus será semelhante a dez virgens, que saíram com suas lâmpadas ao encontro do esposo.” Mateus 25
A passagem acima refere-se a uma das mais famosas parábolas de Jesus. Ela refere-se a um homem que possuía 10 noivas, ou seja, iria ter 10 esposas. E o que isso quer dizer? Quer dizer que o filho de deus simplesmente achava mais que normal a poligamia.
Alguns poderiam dizer: Não! isso é um absurdo, Jesus não aprovava a poligamia.
Só que, em verdade, ele não só aprovava como a via como algo normal, já que como já dito ele era um judeu.
Lembre-se de que as parábolas contadas por Jesus tinham por objetivo facilitar o entendimento daqueles que as ouviam. Jesus as contava porque seus ouvintes a grande maioria era pessoas analfabetas e ignorantes. Elas não possuíam nenhuma instrução. Basta vermos que seus discípulos eram pescadores, prostitutas e ladrões, salvo algumas exceções.
Assim, quando ele as contava, incluía elementos que eram conhecidos e da familiaridade de seus ouvintes, pois do contrário de nada adiantaria falar-lhes aquelas coisas. Então quando Jesus fala de um homem que iria se casar com 10 mulheres, ele está trazendo uma informação que é corriqueira e vista entre os judeus de seu tempo. E como não há nenhuma reprovação da parte de Jesus do comportamento do imaginário homem da parábola, entendemos que Jesus a aprovava. Até por que é dele o provérbio: “A boca fala daquilo que o coração está cheio”.
A Bíblia, seja qual for a parte que se tome, o Velho ou Novo testamento é um livro ultrapassado, cheio de ideias machistas, preconceituosas, racistas e imorais.
Engana-se quem pensa o contrário. Ela não tem nada de inspiração divina e nem seus personagens eram homens de caráter exemplar, cujas condutas devam ser copiadas.
A Bíblia é um livro do passado para o homem do passado, apenas isso. O que vai além disso é pura invenção daqueles que dela se aproveitam para enganar outros.
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