|
Tweet |
|
1 |
As ideias primitivas da Antiguidade e as concepções da Bíblia
No passado, acreditava-se que muitas das doenças e enfermidades que nos assolam hoje teriam suas origens em pecados cometidos por nós no curso de nossas vidas ou por nossos pais.
Quando uma criança nascia cega, aleijada, surda ou muda e muda – surda, no passado, pensava-se que era um castigo dos deuses, ou quando uma mulher dava à luz uma criança saudável, também se dizia ser obra dos deuses.
A infertilidade de uma mulher, impossibilitando-a assim de dar filhos a seu marido, era tida como sendo uma ação dos deuses, um castigo.
As guerras vencidas por um povo em confronto com outro eram creditadas e atribuídas ao deus do povo que saísse com a vitória. Terminada a guerra, se ofereciam sacrifícios àquele deus.
As colheitas e a criação de animais dependiam muito da condição do solo e do tempo. E como as pessoas tinham a concepção de que esses elementos estavam ligados aos deuses, dessa forma, achavam que precisavam agradar-lhes para que suas colheitas fossem bem-sucedidas e livres de pragas e seus animais não sofressem e morressem de doenças.
Toda a vida das pessoas no passado circulava em volta de muito misticismo e na crença de algum deus. O desconhecido e o que causavam espanto eram explicados por manifestações de deidades.
O cair do raio, chuvas, inundações, diarreia, lepra e/ou epilepsia, tudo era explicado como a ação de algum deus.
E como acalmar alguém que está irado?
Por certo, dando-lhe algo que supostamente se sabe de que ele gosta.
Na Bíblia, por exemplo, vemos essas mesmas ideias primitivas, fruto de uma época de repleto desconhecimento do homem.
Caim e Abel, ambos filhos da desobediência, ou melhor dizendo, filhos do pecado, na narrativa bíblica, são os primeiros a tentar a agraciar o deus que tinham como tal. O primeiro oferece-lhe os frutos de sua lavoura, enquanto o segundo, um animal.
“E deu à luz mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra. E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura; e atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta. Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante.” Gênesis 4:2-5
Acima vemos os primeiros sacrifícios oferecidos ao deus da bíblia, e o mais interessante que também aqui descobrimos por que o sacrifício de Abel foi aceito e o de Caim, não.
As religiões cristãs ensinam que provavelmente Abel ofereceu ao deus hebreu do melhor de seus rebanhos, enquanto Caim não teria oferecido de coração o sacrifício, além de ter trazido do pior que havia colhido. Será mesmo isso verdade?
O deus da Bíblia, como os demais deuses do passado, precisava ter seu furor aplacado, necessitava de sacrifícios ofertados pelas pessoas.
Na verdade, o fato mais importante nessa estória que devemos levar em conta, é que o escritor primitivo do Gênesis, está a nos dizer o motivo ou causa da existência de se fazer sacrifícios na cultura dos hebreus.
Adão e Eva pecaram e perderam, em parte, o favor de seu deus criador, Jeová( Elohim, IHVH, Javé …), assim, para aplacar o furor desse deus, nossos supostos primeiros pais passaram a oferecer-lhe sacrifícios ou presentes. Só então, poderiam ter seus filhos, obter boas lavouras e ter as criações de animais livres de doenças e pragas.
O deus hebreu disse: ” Porquanto destes ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.” Gênesis 3:17-19
Perceberam? Para os hebreus, o único modo de se obter boas lavouras e escapar dos espinhos e cardos dados como castigos por seu deus, era oferecer-lhe sacrifícios. O deus bíblico lançou sobre os humanos e sobre a terra uma maldição terrível, portanto, aquela divindade hebreia precisava que seu furor ou fúria fosse de alguma forma contida. E os sacrifícios serviam para esse fim. Eles eram tão importantes para a deidade Jeová que é dito, em diversas passagens, que certas oferendas eram como cheiro repousante, ou seja, um cheiro calmante!
Esta passagem também nos revela um outro fato muito interessante e até a certo ponto engraçado. O deus Jeová não gosta tanto de vegetais, seu prato predileto é carne, sim, Jeová adora muita gordura das vísceras dos animais. Daí porque a oferta de Abel ter sido aceita, esta tinha gorduras e muito sangue, enquanto a de Caim, não. Em diversas passagens à frente dessas, vemos o quanto Jeová se contenta com esses sacrifícios os quais são chamados de oferta queimada.
“E os filhos de Arão, os sacerdotes, arrumarão os pedaços da oferta, junto com a cabeça e a gordura, sobre a lenha que está no fogo em cima do altar. Os intestinos e as pernas serão lavados com água. O sacerdote fará tudo fumegar no altar, como oferta queimada. É uma oferta feita por fogo, de aroma agradável para Jeová. ”
“Ele cortará o animal em pedaços, e o sacerdote os arrumará, junto com a cabeça e a gordura, em cima da lenha que está no fogo em cima do altar. Levítico 1:8-12
O livro de Levítico descreve todos os procedimentos de como se devia oferecer os sacrifícios ao deus bíblico. E lá, vemos todo o grau de primitividade dos hebreus tanto na forma como preparavam seus sacrifícios bem como nas leis, hipoteticamente, dadas por Jeová.
Pois bem, como explicado acima, o motivo de se oferecer sacrifícios a Jeová era porque se precisava aplacar a fúria gerada pelo pecado de Adão e Eva. Se sua ira não fosse aplacada, a terra, segundo o entendimento bíblico, não daria de seus frutos e viriam diversos males às pessoas(hebreus). Portanto, a partir daqui, vemos o quanto a religião, em especial, a cristã, engana as pessoas, quando afirma que os sacrifícios eram apenas simbólicos e representativos do sacrifício do Messias cristão.
Todos os sacrifícios feitos pelos hebreus sempre tinham como único e exclusivo objetivo angariar o favor de sua divindade, nenhum deles visavam apagar o pecado que nos teria sido transmitidos por Adão, como, enganosamente, nos ensinam as religiões. Mesmo entre os judeus não há essa crença de Messias redentor de pecados. O Messias esperado até hoje pelos judeus seria um descendente de Davi que traria a libertação dos judeus das mãos de seus senhores, só isso. Seria um guerreiro à semelhança do mítico rei Davi, o vitorioso e abençoado de Jeová. Este Messias não os remiria de pecado algum. Mesmo entre os judeus havia os que se julgavam livres de pecados. Os escribas e fariseus, por diversas vezes e em diferentes passagens, se declaram como sendo filhos de Abraão e, portanto, livres de pecados. Acusaram até Jesus de comer com os pecadores. Em suas mentes, havia os pecadores e os sem pecados. Isso é tanto verdade que Jesus disse que veio em busca dos doentes(pecadores) e não dos santos(os sãos, os sem pecados).
Como os hebreus consagravam os sacrifícios de animais ao seu deus, o sangue desses animais era tido como sagrado. Daí, o motivo da proibição de se comer o animal com seu sangue. O sangue era uma das delícias que Jeová mais gostava e só ele deveria degustá-lo.
Acreditando no que é dito pela Bíblia, há religião, ainda, que proíbe aos seus adeptos o comer de animais com seu sangue, ou mesmo, o absurdo de se proibir a transfusão de sangue, pensando que essa proibição tem algo de especial e verdadeiro.
Tudo girava em torno das práticas do uso do sangue na adoração dos hebreus. É só observar o livro de levítico para ver o quanto o sangue é tido como importante e sagrado nas oferendas ao deus bíblico. Aliás, se pesquisarmos, veremos que não só na cultura hebraica se dava essa santidade ou importância ao sangue, mas em diversas outras. O sangue poderia até livrar alguém de pecados e santificar objetos.
Quando Noé sai da arca com sua família, a primeira coisa que é feita por eles, é justamente um sacrifício em agradecimento a Jeová por tê-los livrados do dilúvio. Perceba, o sacrifício não tinha a intenção de limpá-los de pecados, mas apenas agraciar sua divindade.
Jefté querendo obter vitória contra seus inimigos, faz a promessa de dar sua filha como oferta queimada a Jeová, costume este muito comum, no passado, quando alguém ia guerrear. Essa passagem é a que mostra, nitidamente, o quanto a divindade hebraica não era tão diferente assim das demais que eram adoradas pelos povos que faziam vizinhança com Israel.
“Se tu, sem falta, me entregares os filhos de Amom na mão, então terá de dar-se que aquele que sair, quem sair da porta da minha casa ao meu encontro, quando eu voltar em paz dos filhos de Amom, terá de tornar-se então de Jeová, e eu terei de oferecer a tal como oferta queimada.” Em resposta, Deus abençoou Jefté habilitando-o a golpear 20 cidades amonitas, provocando ‘uma grande matança.” 1 Juízes 11:30-33
Saul também oferecia sacrifícios, quando ia guerrear contra seus inimigos, tentando agraciar a dividade hebraica, Jeová.
“Os filisteus também se reuniram para lutar contra Israel, com 30.000 carros de guerra, 6.000 cavaleiros e uma tropa tão numerosa como os grãos de areia à beira do mar. Eles subiram e se acamparam em Micmás, ao leste de Bete-Áven. Quando os homens de Israel viram que estavam em apuros, numa situação muito difícil, eles se esconderam nas cavernas, nas fendas, nos rochedos, nos porões e nas cisternas. Alguns hebreus até mesmo atravessaram o Jordão para a terra de Gade e de Gileade. Mas Saul ficou em Gilgal, e todos os que o seguiam tremiam de medo. Ele ficou esperando sete dias, até terminar o prazo estabelecido por Samuel, mas Samuel não chegava a Gilgal, e os que estavam com Saul começaram a se espalhar. Por fim, Saul disse: ”Tragam-me o sacrifício queimado e os sacrifícios de participação em comum.” E ele ofereceu o sacrifício queimado.
Mas, assim que ele tinha terminado de oferecer o sacrifício queimado, Samuel chegou. Então Saul foi ao encontro dele e o cumprimentou. E Samuel lhe perguntou: “O que foi que você fez?” Saul respondeu: “Vi que o povo estava me abandonando, que o senhor não chegou no prazo estabelecido e que os filisteus estavam se reunindo em Micmás. Então eu disse a mim mesmo: ‘Agora os filisteus virão contra mim a Gilgal, e eu não busquei o favor de Jeová.’ Por isso, eu me vi obrigado a oferecer o sacrifício queimado.” 1 Samuel 13:6-12
Viram, Saul procurou buscar o favor de Jeová oferecendo sacrifícios de oferta queimada que tanto o agradava. Pensava Saul que oferecendo sacrifícios a Jeová, este lhe daria a vitória na guerra contra os filisteus. Porém, como a classe sacerdotal detinha o privilégio de se fazer esses sacrifícios, Jeová rejeitou a oferta de Saul. A ideia a ser transmitida aos leitores é exatamente essa. Mostrar o poder que esse grupo sacerdotal possuía. Só eles que têm acesso exclusivo às divindades, são eles os escolhidos, os bem-aventurados. Esse privilégio lhes assegurava ficar com os restos das ofertas que eram levadas a Jeová. Eles não trabalhavam! Eram sustentados por essas ofertas.
Essa prática até hoje vemos em grande parte das igrejas. Um grupo que diz ser escolhido, ungido(pastores, padres e outros) sem trabalhar sob o pretexto de ser o elo entre deus e os homens, sem ele as pessoas que se dirigem à divindade não serão ouvidas. São muitas as ofertas e dízimos que a um só enriquece.
“Jeová também disse a Moisés: Diga aos israelitas: Se um homem ou uma mulher cometer um dos pecados comuns à humanidade, agindo de modo infiel para com Jeová, essa pessoa se tornará culpada. Ela deve confessar o pecado que cometeu e restituir o pleno valor como compensação pela sua culpa, e também deve acrescentar um quinto do valor; deve dar esse valor a quem ela prejudicou. Mas, se a vítima não tiver um parente próximo para receber a compensação, esta deverá ser dada a Jeová e pertencerá ao sacerdote, além do carneiro da expiação com que ele fará expiação por aquele que cometeu o pecado.”
“Toda contribuição sagrada dos israelitas que for apresentada ao sacerdote deve se tornar dele. As coisas sagradas que cada pessoa apresentar serão dele. Aquilo que cada um der ao sacerdote pertencerá ao sacerdote.” Números 5:6-10
Os sofrimentos por que passava algum hebreu eram atribuídos à primitiva divindade, Jeová.
“Deus atendeu Léia, e ela ficou grávida e a seu tempo deu à luz um quinto filho a Jacó. Léia disse então: “Deus deu-me o salário dum contratado, porque dei a minha serva a meu esposo.” De modo que o chamou pelo nome de Issacar.” Gênesis 30:17-18
“E Bila ficou grávida e a seu tempo deu à luz um filho a Jacó. Raquel disse então: “Deus tem agido como meu juiz e tem também escutado a minha voz, de modo que me deu um filho.” É por isso que o chamou pelo nome de Dã.” Gênesis 30:5-6
“Quando Raquel chegou a ver que não dera à luz [filhos] a Jacó, Raquel ficou com ciúmes de sua irmã e começou a dizer a Jacó:“Dá-me filhos, senão serei uma mulher morta.”Acendeu-se então a ira de Jacó contra Raquel e ele disse:“Estou eu no lugar de Deus, que te negou o fruto do ventre?” Gênesis 30:1-2
“Finalmente, Deus lembrou-se de Raquel, e Deus a atendeu, abrindo-lhe a madre. E ela ficou grávida e deu à luz um filho. Disse então: “Deus tirou o meu vitupério!” Gênesis 30:22-23
“Porém ela lhes dizia: Não me chameis Noemi; chamai-me Mara; porque grande amargura me tem dado o Todo-Poderoso. Cheia parti, porém vazia o Senhor me fez tornar; por que pois me chamareis Noemi? O Senhor testifica contra mim, e o Todo-Poderoso me tem feito mal.” Rute 1:20,21
Nos casos acima, vemos a quem as mulheres hebreias atribuíam sua dificuldade ou mesmo sua esterilidade. Jeová, o Todo- Poderoso, era o causador de todo o mal ou de todo o bem que poderia sobrevir a alguém.
Assim, para aplacar a ira de Jeová, se ofereciam sacrifícios. Os sacrifícios tinham somente esse objetivo. É claro que quando dizemos que os sacrifícios aplacavam a furor de jeova´, na realidade, os sacrifícios aplacavam eram a ganância da classe sacerdotal, elas usavam do medo e da superstição dos ignorantes e iletrados para tirarem proveito.
Quando Moisés institui a Lei, essa tinha tão somente a finalidade de estabelecer diretrizes quanto à forma que esses sacrifícios deveriam ser ofertados, além de conceder privilégios a um grupo sacerdotal. O grupo dos levitas, o qual ele e Arão faziam parte. Os supostos pecados que os sacrifícios mais tarde serviriam para expiar, eram todos relacionados a desvios no cumprimento da Lei. Não há nenhuma menção na Lei que haveria alguma expiação por pecados herdados de Adão e Eva.
A estória de Jó mostra claramente a quem se atribuía os males que recaía sobre as pessoas. Nela, o Diabo pede permissão ao deus da Bíblia para tocar na vida de Jó. E quando isso é permitido, Jó, sua esposa e seus companheiros acreditam piamente que o causador de toda aquela dor e perdas é Jeová, o IHVH. Não há uma só virgula, passando a responsabilidade de tudo aquilo ao Diabo na estória de Jó.
Quando analisamos, em profundidade, essa estória imaginária de Jó, encontramos um paralelo com o que acontece em nossos dias. Quando perdemos alguém muito querido, um pai, filho, irmão ou amigo, na morte, dizem-nos: “Foi a vontade de Deus. Não sabemos dos planos do senhor Deus, ele sabe tudo.”
O mesmo se dá diante de uma tragédia em que milhares morrem. “Essa foi a vontade de Deus”, logo dizem.
Jó passando por tudo aquilo e as pessoas em sua volta diziam ser aquela a vontade de Deus, e de fato, aquela era vontade de Deus. E Deus que poderia esclarecer tudo para Jó, simplesmente, aparece em meio a um vendaval, para questionar-lhe sobre coisas de que ele não teria conhecimento. Reforçando com isso a ideia de que nunca sabemos de nada e que nunca devemos questionar, pois só Deus sabe o que se passa por trás de todas as coisas, mesmo aquelas ruins que lhe sejam atribuídas.
Quando conjugamos o livro de Gênesis em conjunto com o livro que leva o nome de Jó, chegamos a uma só conclusão! Qual? Que o diabo era um anjo a serviço de Jeová dos exércitos!
Veja, por exemplo, os filhos dos egípcios seriam mortos por um mensageiro de Jeová a quem este chamava de destruidor.
“Porque o Senhor passará para ferir aos egípcios, porém quando vir o sangue na verga da porta, e em ambas as ombreiras, o Senhor passará aquela porta, e não deixará o destruidor entrar em vossas casas, para vos ferir.” Êxodo 12:23
Notaram? Jeová possuía um anjo causador da morte, o anjo da morte. Pergunte-se por que será que o diabo pediu permissão a Jeová para ferir Jó? Porque o diabo era esse mesmo destruidor que fora usado por Jeová para afligir os filhos dos egípcios com a morte. Vocês devem lembrar também que antes de permitir que o diabo aflija a Jó, o deus bíblico o adverte de que não lhe retire a vida. Por que dessa advertência? Porque o diabo era um anjo a serviço de Jeová para causar doenças, misérias e a morte.
Essa mesma atuação do diabo a serviço de Jeová, vemos pela terceira vez quando Davi se propôs a fazer o censo do povo hebreu, Vejam!
Então Satanás se levantou contra Israel e instigou Davi a recensear Israel. Portanto, Davi disse a Joabe e aos chefes do povo: “Vão, contem Israel desde Berseba até Dã, e tragam-me um relatório para que eu saiba quantos são.” Mas Joabe disse: “Que Jeová multiplique cem vezes o Seu povo. Meu senhor, o rei, já não são todos eles servos do meu senhor? Por que o meu senhor quer fazer isso? Por que trazer culpa sobre Israel?”
Mas a palavra do rei prevaleceu sobre a de Joabe. Assim, Joabe foi e percorreu Israel, e depois voltou a Jerusalém. Então Joabe entregou a Davi o número dos que foram registrados. Todo o Israel tinha 1.100.000 homens armados com espadas, e em Judá havia 470.000 homens armados com espadas. Mas as tribos de Levi e de Benjamim não foram incluídas no recenseamento, porque a ordem do rei era detestável para Joabe.
Isso desagradou muito o verdadeiro Deus, por isso ele puniu Israel. Davi disse então ao verdadeiro Deus: “Cometi um pecado grave ao fazer isso. E agora, por favor, perdoa o pecado do teu servo, pois agi de modo muito insensato.” Jeová disse então a Gade, vidente de Davi: “ Vá e diga a Davi: ‘Assim diz Jeová: “Eu lhe dou três opções. Escolha qual delas devo executar contra você.” Então Gade compareceu perante Davi e lhe disse: “Assim diz Jeová: ‘Escolha o que prefere: três anos de fome; três meses de derrota diante dos seus inimigos, sendo atingido pela espada deles; ou três dias de punição da parte da espada de Jeová, isto é, peste neste país, com o anjo de Jeová causando destruição em todo o território de Israel.’ Agora pense e diga que resposta devo dar Àquele que me enviou.” Então Davi disse a Gade: “Isso é muito aflitivo para mim. Que eu caia nas mãos de Jeová, pois a Sua misericórdia é muito grande, mas que eu não caia nas mãos dos homens.”
Então Jeová enviou uma peste sobre Israel, de modo que 70.000 pessoas morreram em Israel. Além disso, o verdadeiro Deus enviou um anjo para destruir Jerusalém. Mas, quando ele estava para fazer isso, Jeová viu, lamentou a calamidade e disse ao anjo que causava a destruição: “Já chega! Abaixe a mão.” O anjo de Jeová estava perto da eira de Ornã, o jebuseu. 1Crônicas 21:1-14
Essa mesma passagem quando comparada com a do Livro de 2 Samuel 24:1 faz com que alguns concluam que há divergência entre elas, já os que defendem o texto bíblico e sua suposta inspiração não veem assim.
Vejamos a mencionada passagem de Samuel em duas versões da Bíblia:”A ira de Jeová se acendeu novamente contra Israel quando Davi foi instigado a agir contra eles, com as palavras: “Vá, faça um recenseamento de Israel e de Judá. - TNM das Testemunhas de Jeová
“E a ira do SENHOR se tornou a acender contra Israel; e incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá. - Almeida Ampliada e Corrigida
A Versão Almeida deixa mais claro que quem instigou Davi a fazer o censo foi Jeová.
O relato contido em Crônicas fala que fora Satanás que havia incitado Davi, enquanto no de Samuel foi Jeová. Há contradições aqui? Não!
Mas esse “não” não se deve à inerrância da Bíblia, e sim, porque quando conjugamos novamente esses dois relatos com o livro de Jó e o Êxodo, tiramos essa conclusão. E daí, podemos dizer, sem medo de errar, que não há de fato contradição nas passagens em aparente conflito. Porque no caso de Jó percebemos que algo bem parecido aconteceu.
“Então Jeová perguntou a Satanás: “De onde você veio?” Satanás respondeu a Jeová: “De percorrer a terra e de andar por ela.” E Jeová disse a Satanás: “Você observou o meu servo Jó? Não há ninguém igual a ele na terra. Ele é um homem íntegro e justo, que teme a Deus e rejeita o que é mau. Ele ainda se apega à sua integridade, embora você tente me colocar contra ele para o destruir sem nenhum motivo.”
Lendo essa passagem com atenção, vemos que o diabo é de fato o anjo destruidor de Deus. Essas são as palavras do diabo a Deus:”embora você(Deus) tente me colocar contra ele(Jó) para o destruir sem nenhum motivo.”
Quem poderia destruir a Jó se assim lhe fosse permitido por Jeová seria o diabo, o destruidor!
Percebam também que o diabo diz que Jeová quer destruir Jó sem nenhum motivo, ou seja, é Jeová o verdadeiro causador de todos os males que viriam a seguir sobre a pessoa de Jó.
Quando em Samuel é dito que foi Jeová que incitou Davi a fazer o censo, na realidade, quem o fez de fato, foi o diabo, conforme falado em Crônicas, só que foi a mando do próprio jeová. A forma de se pôr a prova Davi, foi igual a que aconteceu a Jó. Jeová provoca(incita) o diabo para que esse provoque Davi.
Vejam mais esse trecho:”Além disso, o verdadeiro Deus enviou um anjo para destruir Jerusalém. Mas, quando ele estava para fazer isso, Jeová viu, lamentou a calamidade e disse ao anjo que causava a destruição: “Já chega! Abaixe a mão.”
O anjo destruidor de Jeová de novo a seu serviço!
Jeová é o autor principal em todas essas cenas, afinal de contas, é ele o Todo-poderoso, o Criador, cujo título não cabe a outro. Era assim que os hebreus entendiam o modo de agir de seu deus.
Notem também que para acabar com o flagelo da peste enviada pelo diabo a mando de Jeová, foi preciso que se fizesse um sacrifício para lhe aplacar a ira.
“ Então Gade compareceu perante Davi naquele dia e lhe disse: “Suba à eira de Araúna, o jebuseu, e construa ali um altar a Jeová.” Portanto, Davi foi segundo a palavra de Gade, conforme Jeová havia ordenado. Quando Araúna viu o rei e seus servos vindo em sua direção, Araúna saiu imediatamente e se curvou diante do rei com o rosto por terra. Araúna perguntou: “Por que o meu senhor, o rei, veio ao seu servo?” Davi respondeu: “Vim para comprar a sua eira, a fim de construir nela um altar a Jeová, para que cesse o flagelo sobre o povo.” Mas Araúna disse a Davi: “Fique com ela, meu senhor, o rei, e ofereça o que o senhor quiser. Aqui estão os bois para a oferta queimada, bem como o trenó de debulha e o jugo dos bois, para servir de lenha. Tudo isso dou ao senhor, ó rei.” E Araúna disse ao rei: “Que Jeová, seu Deus, lhe mostre favor. 2 Samuel 24:18-23
Só após a oferta de sacrifícios que Jeová se acalma como todo e qualquer deus.
“Davi construiu ali um altar a Jeová e ofereceu sacrifícios queimados e sacrifícios de participação em comum. Então Jeová ouviu as súplicas a favor do país, e o flagelo sobre Israel cessou.”
E o mais absurdo dessa estória nitidamente inventada é o comportamento sem noção do deus que diz ser amoroso e justo. Quem havia cometido o tal pecado, fora Davi e não o povo, no entanto, foi esse quem pagou pelos pecados do rei.
Essas passagens nos faz ver também o quanto a divindade hebraica, Javé, ama pôr à prova as pessoas que a ele serve. Em todo o Velho Testamento, vemos os testes por meio dos quais Jeová, a todo momento, põe à prova seu chamado povo santo.
Uma outra passagem que nos mostra a primitividade desses hebreus, se encontra no livro de João, no Novo Testamento, em seu capítulo 5. Vejamos:
“ Depois disso houve uma festividade dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. Em Jerusalém, junto ao Portão das Ovelhas, há um reservatório com cinco pórticos, chamado em hebraico de Betezata. Naquele lugar se deitava uma multidão de doentes, cegos, mancos e pessoas que tinham membros atrofiados. 4—— E ali havia um homem que já estava doente por 38 anos. Vendo aquele homem deitado ali, e sabendo que ele já estava doente por muito tempo, Jesus lhe disse: “Você quer ficar bom?” O doente respondeu: “Senhor, não tenho ninguém para me colocar no reservatório quando a água fica agitada; mas, quando eu estou indo, outro desce na minha frente.” Jesus lhe disse: “Levante-se! Pegue a sua esteira e ande.” E o homem ficou imediatamente bom, pegou a sua esteira e começou a andar.
Aquele dia era sábado. Por isso, os judeus começaram a dizer ao homem que havia sido curado: “Hoje é sábado; não é permitido que você carregue a esteira.”Mas ele lhes respondeu: “O mesmo homem que me curou disse: ‘Pegue a sua esteira e ande.’” Eles lhe perguntaram: “Quem é o homem que lhe disse: ‘Pegue-a e ande’?” Mas o homem que havia sido curado não sabia quem ele era, pois Jesus tinha desaparecido no meio da multidão que estava ali.
Depois disso, Jesus o encontrou no templo e lhe disse: “Veja, você ficou bom. Não peque mais, para que não lhe aconteça algo pior.” TNM das Testemunhas de Jeová
Notem que nessa versão há a omissão do versículo 4, contudo, vejam esse versículo em outra versão: “Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse.”
Essa versão nos revela uma superstição que havia entre os judeus, eles acreditavam que havia um anjo que sacudia as águas de um poço, aliás não só os judeus acreditavam, mas também o próprio escritor do livro que nos conta essa estória acredita, que supostamente era judeu, inclusive.
Pois bem, nesse relato, é dito que um homem é curado por Jesus, e que pouco tempo depois de sua cura, Jesus o encontra e o aconselha a não pecar mais, pois algo pior que seu anterior estado de aleijamento lhe poderia acontecer.
Percebam que Jesus compartilha da mesma crendice das pessoas daquele tempo, ou seja, Jesus, como bom judeu que era, acreditava que o pecado era a causa de todas as doenças e males que assolavam as pessoas.
Vejam mais essa passagem:” Enquanto ele ia passando, viu um homem que era cego de nascença. Então seus discípulos lhe perguntaram: “Rabi, quem pecou, este homem ou os seus pais, para ele ter nascido cego?” Jesus respondeu: “Nem este homem pecou, nem os seus pais, mas é para que se mostrem as obras de Deus no caso dele. Temos de fazer as obras Daquele que me enviou enquanto é dia; está chegando a noite, quando ninguém poderá trabalhar.” João 9:1-4
Acima, vemos novamente qual a ideia que os primitivos judeus tinham da origem das doenças e enfermidades. Eles, como os outros povos que estavam em sua volta, acreditavam que a doença tinha sua origem em pecados. E mais, havia casos em que os males eram apenas para que o deus da Bíblia fosse glorificado, quando a pessoa se livrava dele.
Esse relato também serve de prova de que os hebreus nunca tiveram a concepção cristã de que os todos os homens haviam herdado o pecado original cometido por Adão e Eva. É tanto que quando questionado quem havia pecado para que o homem estivesse naquele estado, Jesus não diz que seu estado de moléstia era fruto do pecado original.
Os pecados que causavam doenças, morte e enfermidades, segundo os hebreus, eram aqueles do dia a dia, sobretudo, aqueles fixados na lei de Moisés.
É por isso que Jesus ao curar um paralítico, diz que os pecados daquele homem estavam perdoados, quer dizer, perdoando-se-lhe os pecados, faria com que seus efeitos fossem anulados e com isso o homem voltaria a andar.
Ali, levaram-lhe um surdo que tinha um impedimento na fala e suplicaram-lhe que pusesse a mão sobre ele. E ele o levou à parte, longe da multidão. Então pôs os dedos nos ouvidos do homem e, depois de cuspir, tocou na língua dele. Olhando para o céu, suspirou profundamente e lhe disse: “Efatá”, isto é: “Abra-se.” Com isso, seus ouvidos se abriram e seu impedimento na fala foi removido, e ele começou a falar normalmente. Marcos 7: 33-35
(…)Jesus perguntou ao pai do menino: “Há quanto tempo ele está assim?”
"Desde a infância", respondeu ele.
“Muitas vezes esse espírito o tem lançado no fogo e na água para matá-lo. Mas, se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos.”
(…) Quando Jesus viu que uma multidão estava se ajuntando, repreendeu o espírito imundo, dizendo: “Espírito mudo e surdo, eu ordeno que o deixe e nunca mais entre nele”.
Marcos 9:21-29
Os fragmentos de texto do livro de Marcos acima, mostram claramente a ignorância das pessoas ante o desconhecido, inclusive a de Jesus e seus discípulos. Neles, percebe-se que o menino surdo e mudo que o escritor diz ter sido curado por Jesus, na verdade, era um epiléptico. As pessoas, naquele tempo, atribuíam doenças como essa à ação de demônios, tudo isso porque seu conhecimento não era como o nosso hoje.
Sabemos, por exemplo, que alguém é mudo, ou seja, não consegue falar, simplesmente porque não conseguiu ouvir aquilo que corriqueiramente se fala, quando criança. A surdez causa a mudez.
Veja, o tamanho da ignorância dessas pessoas que escreveram a Bíblia em dizer que o menino era mudo surdo porquanto era um demônio mudo surdo que lhe causava aquela enfermidade.
Se espíritos existissem nunca que seriam mudos surdos, pois essas características são próprias de pessoas físicas que possuem um aparelho auditivo e possuidora de uma boca e língua.
E a parte mais engraçada dessa estorinha risível é que o demônio era mudo e surdo e passava sua mudez e surdez ao menino. E Jesus mesmo sabendo que o demônio era surdo e mudo falou com ele e em resposta, o demônio antes de sair clama em alta voz. Parece brincadeira, não é mesmo? O demônio que antes era mudo e surdo agora ouve e grita!
Jesus não só curou o menino, mas também o próprio demônio! (risos)
Há também a passagem em que o deus hebreu afirma ser o causador da mudez, surdez e mesmo da cegueira das pessoas que nascem.
Contudo, se isso fosse verdade, essas doenças, quando não tão graves não seriam curadas pela ciência, já que tinham como origem a vontade de uma divindade.
Tudo isso era superstição e ignorância dos hebreus e seus vizinhos.
Então disse Moisés ao Senhor: Ah, meu Senhor! eu não sou homem eloquente, nem de ontem nem de anteontem, nem ainda desde que tens falado ao teu servo; porque sou pesado de boca e pesado de língua. E disse-lhe o Senhor: Quem fez a boca do homem? Ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o Senhor?
Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar. Ele, porém, disse: Ah, meu Senhor! Envia pela mão daquele a quem tu hás de enviar. Então se acendeu a ira do Senhor contra Moisés, e disse: Não é Arão, o levita, teu irmão? Eu sei que ele falará muito bem; e eis que ele também sai ao teu encontro; e, vendo-te, se alegrará em seu coração. E tu lhe falarás, e porás as palavras na sua boca; e eu serei com a tua boca, e com a dele, ensinando-vos o que haveis de fazer. E ele falará por ti ao povo; e acontecerá que ele te será por boca, e tu lhe serás por Deus. Êxodo 4:10-16
Essa estória da mudez ou dificuldade em falar de Moisés é tão falsa que se desmente numa simples leitura. Logo, após essa passagem, Moisés se apresenta a faraó e, em diversos encontros, não apresenta nenhuma dificuldade no falar e sequer faz uso da grande capacidade oratória de Arão que lhe serviria de porta-voz. Pelo contrário, em diferentes livros, vemos grandes discursos de Moisés sendo proferidos e sem auxílio de sua segunda voz providencial, Arão.
Quem já viu um burro mudo?
Ninguém, em nossos dias, creio que jamais o tenha visto. Contudo, os hebreus viam os animais como mudos.
2 Pedro 2: 15,16: “Abandonaram o caminho reto e se desviaram. Seguiram o caminho do filho de Beor, Balaão que amou a recompensa de fazer injustiça, mas foi repreendido por violar aquilo que era certo. Um animal de carga, mudo, falando com voz humana, refreou o proceder louco do profeta.
O hipotético escritor da epístola que leva o nome de Pedro, entende que os animais, por não fazerem uso de voz similar à humana, seriam mudos. Há ignorância maior que essa?
Um dicionário assim define as vozes dos animais:” Rinchar; soltar relincho, a voz dos cavalos, dos burros ou de outros equídeos.” Ou seja, os animais falam sim, não de forma similar a nossa para que possamos entendê-los.
Quem já viu, em nosso tempo, um mudo, surdo, cego e aleijado rolando pelo chão por causa de possessão demoníaca? Nem nas igrejas de crentes se veem isso.
Será que o demônio mudou sua forma de nos assombrar?
Perceba que essas misérias só aconteciam numa terra tida como santa. Numa terra dessa, o diabo e seus demônios deveriam passar por longe, não é mesmo?
Se o diabo gosta tanto de causar o mal, por que não se apodera da mente e do corpo de um grande governante como Trump, Putin e outros causando com isso a maior e última guerra mundial? Por que esses demônios preferem atazanar vidas de pessoas tão simples como aquelas que vivem orando todos os dias em seus templos religiosos?
Por que será que esses demônios gostavam tanto dos judeus e sobretudo dos que se encontravam em estado de completa miséria? Vimos assim que a Bíblia não tem nada de especial, ela não é livro inspirado coisa nenhuma, pois nenhum livro inspirado estaria tão repleto de ideias e crendices primitivas e atrasadas como todas as já mencionadas. Ela, no melhor dos casos, é somente um livro de conteúdo histórico no que se refere aos costumes e alguns eventos ocorridos.
Ela reflete as ideias e os pensamentos de um povo, em uma época muito atrasada, quando tudo era explicado por meio da intervenção de diversas divindades ou de demônios.
.
|
Tweet |
|
1 |