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A história em Mateus começa com o surgimento de uns magos( astrólogos) do Oriente que seguiam uma estrela que os levariam até a criança recém-nascida.
Os magos acabam indo parar no palácio de Herodes. Lá, este os convence de ir procurar a criança e de mais tarde trazer-lhe informações dela.
A estrela aparece novamente aos magos e os guia até a criança. Aqui, é falado que os magos entraram em uma casa e ali encontram a criança e seus pais.
Um anjo do senhor aparece a José e comunica que Herodes procura o menino para matá-lo, assim ordena que ele e sua família fujam para o Egito até que morram aqueles que querem o seu mal. O escritor Mateus diz que tudo isso cumpriria a profecia do profeta, Oseias( Oseias 11: 1).
Herodes descobre que fora enganado pelos magos e manda matar todos os meninos, em Belém e em sua volta, de idade de 2(dois) anos para baixo. Isso também cumpriria uma outra profecia do profeta Jeremias.
Com a morte de Herodes, Jesus e sua família vai para Nazaré e não para Judeia. E de novo, é dito que é para que se cumpra uma profecia que diz que ele seria chamado de nazareno.
O relato de Lucas nos conta que por causa de um censo, José e Maria tiveram que se deslocar para a Belém. Chegando lá, Maria teria completado seus dias para dar à luz a Jesus. Como a estalagem estaria cheia, Maria deu à luz em uma manjedoura.
Anjos aparecem a pastores que estavam no campo e lhes comunicam que em Belém, naquele dia nascerá o Salvador do mundo.
Passados 8(oito) dias de nascido, Jesus é circuncidado e após Maria completar os 40(quarenta) dias para sua purificação, como determinado na lei de Moisés, é levado até o Templo.
Cumprido com tudo que era determinado na lei mosaica, Jesus e sua família voltam à sua casa em Nazaré, na Galileia.
Lucas nos informa que todos os anos, seus pais sobem até Jerusalém para festa da páscoa.
Os relatos dos evangelistas são diferentes. E não há como conciliá-los.
Os evangelistas seguem a mesma técnica que os escritores do velho testamento. Apresentam seus relatos em meio a fatos que ocorreram, dessa forma, dão a suas histórias uma aparente verdade.
A farsa do relato de Mateus é percebida quando nos é informado que uma estrela aparece para uns magos do Oriente. E o que há de farsa nisso? A farsa está no fato de que os judeus como sendo o povo escolhido de deus não tinha essa informação, então como uns estrangeiros a teria? O nascimento do Messias, segundo às escrituras não seria algo escondido ou secreto, mas seria algo muito aguardado por todos os judeus. E mais, a estrela mais próxima da Terra, é o Sol que está a uma distância de 150.000.000 km, assim essa suposta estrela estaria bem mais distante da Terra. Dizem que o Messias apareceria na Terra depois de milhares de anos a partir da rebelião do Éden. Porém, se considerarmos todas essas informações, essa estrela só chegaria à Terra para indicar o nascimento do filho de Deus, por volta de alguns milhões de anos e não a alguns milhares. As estrelas não se movimentam em linha reta. Elas possuem órbitas eclípticas, quase circulares. Para acontecer o que esse evangelista diz, seria necessário mudar a órbita dessa estrela e fazê-la se dirigir a nossa via láctea, depois anular seu poder destrutivo, pois, do contrário, ela destruiria o sistema solar.
O evangelista diz que essa estrela guiou os magos até a casa. As estrelas no passado serviam para orientação, é verdade, elas indicavam o norte, sul e outros pontos de forma genérica, mas não poderia indicar de forma específica um ponto qualquer. Por exemplo, imagine chegar a casa de um amigo se guiando por uma estrela no céu, o máximo que poderá conseguir, é chegar ao seu bairro, mas a sua casa jamais.
E por que a estrela conduziu esses magos? Não há no velho testamento nenhuma referência que isso aconteceria. Isso só prova que o relato é uma invenção. E quem mais no passado acreditava e se guiava por estrelas? Os magos e feiticeiros, daí o motivo de somente estes a terem visto. Então, por que a biblia diz que a estrela guiou esses magos? Porque a biblia reflete o pensamento do homem do passado. Um homem supersticioso e com pouco conhecimento científico. Ele imaginava que as estrelas eram pequenos corpos celestes. Por isso, eles faziam distinção entre as estrelas e o próprio Sol. Assim, o evangelista pode escrever que a estrela guiou os magos até a casa onde se encontrava o Messias. O escritor biblico como seus contemporâneos pensavam que as estrelas poderiam adentrar na atmosfera e servir de orientação. Ainda, nos evangelhos vemos prova de como os povos pensavam o mundo. Lá, Jesus em uma de suas tentações, sobe em um monte elevado e consegue ver todos os reinos do mundo. Por que Jesus teria de subir em um monte extraordinariamente alto? Porque os povos daquele tempo acreditavam que a Terra era plana, assim, pensavam eles, se alguém subisse em um monte bastante alto, poderia ver todos reinos da Terra. A bíblia não diz que Jesus viu esses reinos de alguma forma mágica ou em visão, mas, sim, ele os teria visto de forma literal. Até porque se fosse para vê-los de forma mágica, ele não precisaria subir em monte nenhum.
Um outro relato que podemos citar que prova esse pensamento atrasado e compartilhado também pelos escritores bíblicos, é o de Apocalipse 6: 12,13, onde é dito que as estrelas cairiam na Terra, o Sol não daria mais sua luz e a Lua se tornaria sangue.
O rei Herodes se se sentia ameaçado com o nascimento do suposto rei dos judeus, teria mandado que alguns guardas ou servos acompanhassem os magos, mas não o fez, se contentando apenas com algumas informações que lhe seriam trazidas.
A decisão de Herodes de matar os meninos de idade de 2 anos para baixo, teria sido baseada nas informações que os magos teriam dado quando estiveram em seu palácio. Assim deduzimos que se passaram mais ou menos 2 anos da ida dos astrólogos ou magos ao palácio de Herodes e de sua demora em retornar ao palácio desse com as informações que o rei queria. ( Mateus 1:16)
Como o anjo aparece a José e manda que ele fuja para o Egito, concluímos que Jesus tinha no máximo 2 anos, pois do contrário, seu pai, José, não precisaria obedecer às ordens do anjo.
Quanto às profecias citadas pelos evangelistas, todas elas são forjadas. A de Oséias refere-se ao povo de Israel quando este fora escravizado no Egito há muito, muito tempo atrás. Para que o leitor não se aperceba da farsa, o evangelista menciona apenas parte do relato de Oseias. O trecho mencionado de Oseias sequer é uma profecia, é Mateus que o transforma em uma profecia.
A suposta profecia de Jeremias prevendo a morte de crianças inocentes, também foi usada de forma fraudulenta pelo evangelista. Jeremias 31:15, fala não da morte de filhos na condição de crianças ou bebês, os filhos na profecia do profeta são pessoas adultas e não crianças. Esses filhos seriam na realidade os filhos de Israel que deixariam de existir não no sentido de que morreriam, mas que seriam levados ao cativeiro babilônico. Mas apesar de a profecia indicar o exílio desses filhos, ela traz a esperança de que eles seriam mais tarde reajuntados, ou seja, eles retornariam a sua terra natal, Israel. Portanto, a ideia que o evangelista, Mateus, dá à profecia de Jeremias não tem nada a ver com o que aconteceu às crianças supostamente assassinas por Herodes. Alguns dizem que as profecias dos evangelistas teriam um cumprimento maior em Jesus, porém, isso não é verdade, porque, como disse, em Oseias não há nenhuma profecia, se o filho ali em Oseias 11:3 pudesse ser aplicado a Jesus teríamos de concluir que ele quando era menino costumava adorar a baalins, deuses pagãos.
E a profecia que diz que Jesus seria chamado de nazareno, simplesmente não existe. E se existisse essa profecia, seria aplicada a todos que nascessem em Nazaré e não somente a Jesus.
Hoje sabemos que o evangelho de Marcos é o mais antigo dentre os quatro. É consenso quase que unânime de que os demais basearam-se no relato de Marcos.
Como Marcos não narra a infância de Jesus e ressurreição, assim depois que esse evangelho passou a ser conhecido e lido, teria surgido muitos questionamentos acerca da pessoa de Jesus. Como ele nasceu? Ele era realmente filho de Deus? Portanto, outros evangelhos foram surgindo com o intuito de responder a esses questionamentos. Lucas, Mateus e tantos outros.
Com o tempo, novos questionamentos instigariam a mente dos leitores dos primeiros evangelhos a respeito da pessoa de Jesus. Agora, o que eles queriam saber era: Jesus era igual a Deus, ele era Deus, ele era homem e Deus, ele era um espírito? E tantas outras. O evangelho de João veio dar essas respostas.
E o fato mais importante que a grande maioria das pessoas, principalmente os ditos crentes não percebem, é que os livros da bíblia foram escritos por diversos autores, em diferentes épocas e lugares. Daí, o motivo de encontrarmos tantas discrepâncias. Na biblia, por exemplo, vamos encontrar autor aprovando a existência da alma no sentido comum das pessoas, espírito, trindade e vida nos céus e outros dizendo justamente o contrário. Vejam por exemplo, a existência de diversos segmentos dentro do próprio judaísmo: Fariseus, Saduceus, Essênios, Nazarenos, zelotes e outros. Paulo, o escritor da grande maioria dos livros(epístolas) do Novo Testamento veio do meio dos fariseus, e há vestígios no comportamento e atitudes de Jesus que indicariam que ele teve contato com os essênios, não estou dizendo que ele seria um, mas que teria absolvido alguns de seus ensinamentos.
Os crentes ficam se gladiando muito nos temas trindade e existência de alma, inferno, mas como já disse esquecem de que há dentro da biblia os que apoiavam e os que não apoiavam. A prova disso é, por exemplo, os rolos encontrados em 1945-1948.
Os próprios pais da igreja entre eles a questão da trindade não era consenso, vira e volta, o tema era rediscutido.
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