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A Bíblia e a Ressurreição

A Bíblia e a Ressurreição

PARTE 3

 

O sistema de sacrifícios da lei de Moisés

 

Sabe-se que, na antiga e primitiva cultura israelita, o sacrifício de animais como bodes, carneiros, pombas e outros animais serviam para limpar pecados estabelecidos pela Lei mosaica. É claro que esse pensamento não era uma exclusividade do povo hebreu, mas era também uma ideia de outros povos ao redor do mundo, eles viam nos sacríficos uma forma de aplacar o furor de suas deidades.

O deus bíblico, Jeová, que se servia desses sacrifícios, exigia que os animais sacrificados fossem tidos como limpos. Os animais não poderiam ser aleijados, cegos, mancos ou terem quaisquer defeitos, do contrário, não serviriam como oferenda ao deus hebreu, e isso seria imputado a quem o oferecesse como algo grave e merecedor de morte, pois era um pecado.

Por isso que os cristãos ensinam que Jesus era o ‘cordeiro de Deus’, porquanto do mesmo modo que os cordeiros literais ofertados a Jeová, para purificação dos pecados dos israelitas, Jesus também o seria. Ele serviria como holocausto ao deus hebreu do mesmo modo como os cordeiros e cabritos serviram no passado para expiar os pecados e aplacar o furor de Javé, só que, desta vez, expiaria os de toda a humanidade.

 

Um sacrifício perfeito. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” João 1:29.

 

Os sacrifícios a Jeová tinham todo um ritual, depois que a Lei Mosaica foi instituída, somente os hebreus da tribo dos levitas poderiam oferecê-los, eram eles que poderiam servir no templo como sacerdotes.

 

Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo: Fala a Arão, e a seus filhos, e a todos os filhos de Israel, e dize-lhes: Qualquer que, da casa de Israel, ou dos estrangeiros em Israel, oferecer a sua oferta, quer dos seus votos, quer das suas ofertas voluntárias, que oferecem ao Senhor em holocausto. Segundo a sua vontade, oferecerá macho sem defeito, ou dos bois, ou dos cordeiros, ou das cabras.

Nenhuma coisa em que haja defeito oferecereis, porque não seria aceita em vosso favor. E, quando alguém oferecer sacrifício pacífico ao Senhor, separando dos bois ou das ovelhas um voto, ou oferta voluntária, sem defeito será, para que seja aceito; nenhum defeito haverá nele. O cego, ou quebrado, ou aleijado, o verrugoso, ou sarnoso, ou cheio de impigens, estes não oferecereis ao Senhor, e deles não poreis oferta queimada ao Senhor sobre o altar. Porém boi, ou gado miúdo, comprido ou curto de membros, poderás oferecer por oferta voluntária, mas por voto não será aceito. O machucado, ou moído, ou despedaçado, ou cortado, não oferecereis ao Senhor; não fareis isto na vossa terra.” Levítico 22:17-24

 

E porá a sua mão sobre a cabeça da oferta da expiação do pecado, e a degolará por oferta pelo pecado, no lugar onde se degola o holocausto.
Depois o sacerdote com o seu dedo tomará do sangue da expiação do pecado, e o porá sobre as pontas do altar do holocausto; então
todo o restante do seu sangue derramará na base do altar. E tirará toda a sua gordura, como se tira a gordura do cordeiro do sacrifício pacífico; e o sacerdote a queimará sobre o altar, em cima das ofertas queimadas do Senhor; assim o sacerdote por ele fará expiação dos seus pecados que cometeu, e ele será perdoado.” Levítico 4:33-35

 

Os animais no ritual sacrificial hebreu eram retalhados e seu sangue era jogado no altar de holocaustos ou sacrifícios, suas vísceras eram expostas, enquanto que o fogo consumia o sacrifício por inteiro.

Quando paramos para observar esses detalhes, vemos que tudo isso era um ritual grotesco e de extrema barbaridade.

O comportamento dos hebreus, em termos de ritual, não era nada diferente do que era praticado pelos outros povos.

Seus vizinhos, os cananeus, segundo as narrativas bíblicas, tinham esse mesmo comportamento quando ofereciam suas oblações aos seus deuses.

Os sacrifícios, portanto, na concepção hebraica e sob a égide da Lei de Moisés, tinham que ser oferecidos por aquele que tinha legitimidade para tanto. Nenhum hebreu, por conta própria, depois que a Lei Mosaica foi implantada, poderia oferecer sacrifícios a Jeová, pois como já dito acima, somente os levitas, como tribo escolhida para exercer o sacerdócio perpétuo, a partir daquele momento, gozariam desse direito sagrado, se é que isso poderia ser chamado de direito, tratava-se de um privilégio.

Em toda sociedade que se diz justa, direito, quando há, é estendido a todos e não a um determinado indivíduo ou classe.

Privilégios, quando há, excluem uns e beneficiam uns poucos. Favoritismo é um traço típico de humanos. Somos nós que fazemos predileções e/ou preferências.

Era a Lei, – que tinha caráter perpétuo – que estabelecia todas as diretrizes e ordenanças ligadas às oferendas e aos holocaustos. E como se acreditava que a Lei havia sido entregue pelo próprio deus no monte sagrado, descumprir tais ditames era o mesmo que desobedecer à divindade hebreia.

 

Chame seu irmão, Arão, e separe-o dentre os israelitas, e também os seus filhos Nadabe e Abiú, Eleazar e Itamar, para que me sirvam como sacerdotes.” Levítico 28:1

 

Aproximar-se-ão os sacerdotes levíticos, porque foi a eles que o Senhor, teu Deus, escolheu para serem seus ministros. E abençoarão e seu nome, pois são eles que julgam todo litígio e todo caso de ferimento.” Deuteronômio 21:5

 

Você levará os levitas para a frente da Tenda do Encontro e reunirá toda a comunidade de Israel. Levará os levitas à presença do Senhor, e os israelitas imporão as mãos sobre eles. Arão apresentará os levitas ao Senhor como oferta ritualmente movida da parte dos israelitas: eles serão dedicados ao trabalho do Senhor.” Números 8:9-11

 

"Se a oferta for um holocausto do re­banho - quer de cordeiros quer de cabritos -, ofe­recerá um macho sem defeito. O animal será morto no lado norte do altar, perante o Senhor; os sacerdotes, descendentes de Arão, derrama­rão o sangue nos lados do altar.” Levítico 1:10-11

 

Moisés e seus irmãos eram da tribo dos levitas, não foi por nada que lhes foram dados o privilégio de não trabalhar, mas tão somente viverem dos sacrifícios, sob o pretexto de que estes não teriam as terras dos cananeus repartidas entre os israelitas. Eles não teriam herança como as demais tribos. Vale ressaltar que isso não é verdade, pois os levitas tiveram sim propriedades e terras, eles herdaram, sim, as terras que eram dos cananeus.

A prática do nepotismo vem de longe, mesmo entre os do povo do “verdadeiro deus”!

 

Toda contribuição sagrada dos israelitas que for apresentada ao sacerdote deve se tornar dele. As coisas sagradas que cada pessoa apresentar serão dele. Aquilo que cada um der ao sacerdote pertencerá ao sacerdote.

E a trará ao sacerdote, e o sacerdote dela tomará a sua mão cheia pelo seu memorial, e a queimará sobre o altar, em cima das ofertas queimadas do Senhor; expiação de pecado é. Assim o sacerdote por ela fará expiação do seu pecado, que cometeu em alguma destas coisas, e lhe será perdoado; e o restante será do sacerdote, como a oferta de alimentos.” Levítico 5:9-13
É bom lembrar também que antes da Lei de Moisés, os hebreus não ofereciam sacrifícios por pecados, mas, tão somente, holocaustos de agradecimento por terem tido, em determinada época, boas colheitas, restabelecimento da saúde, paz, fertilidade ou aqueles que serviam apenas para apaziguar a ira do deus israelita.

O que ocorreria se cada hebreu resolvesse oferecer seus próprios sacrifícios como antigamente e decidissem onde e quando oferecê-los?

Ora, por certo, os privilegiados levitas teriam que trabalhar para ter seu sustento. E isso, sacerdote algum estava disposto a fazer. Quem queria comer do suor do próprio rosto e lutar contra uma terra que produzia abrolhos e espinhos? Além disso, trabalhar era algo que só amaldiçoados deviam fazer. Gênesis 3:17-19

Daí a esperteza de quem escreveu o Pentateuco em dizer que o ofício sacerdotal era sagrado e uma ordenança divina.

Impor o medo aos menos letrados(as massas) era a chave para se conseguir e se manter um privilégio como esse.

Dessa mesma expertise se serviram os reis. Estes, muitas das vezes, se auto proclamavam filhos de deus ou representantes do divino, ou seja, diziam ter origem divina e, portanto, deviam ser respeitados, adorados e nunca questionados.

 

Conforme ao mandado da lei que te ensinarem, e conforme ao juízo que te disserem, farás; da palavra que te anunciarem te não desviarás, nem para a direita nem para a esquerda. O homem, pois, que se houver soberbamente, não dando ouvidos ao sacerdote, que está ali para servir ao Senhor teu Deus, nem ao juiz, esse homem morrerá; e tirarás o mal de Israel; Para que todo o povo o ouça, e tema, e nunca mais se ensoberbeça.” Deuteronômio 17:11-13

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