A Bíblia e a Ressurreição

A Bíblia e a Ressurreição

Parte 11

Os eventos ocorridos após a morte de Jesus

 

Quando Jesus morreu, teriam ocorrido a rasgadura da cortina do templo, um eclipse solar, um terremoto e rochas se partiram, segundo as narrativas encontradas nos evangelhos. Depois que ressuscitou, teria ocorrido um outro terremoto para remover a grande pedra que lacrava seu sepulcro.

Os eclipses e terremotos são fenômenos para nós supernaturais e, até certo ponto, corriqueiros, já que os vemos, quase que constantemente, sendo anunciados na TV.

Para os antigos, digo, para os judeus e outros povos daquela época, esses eventos eram algo assombroso e de mau agouro. Quando ocorriam eclipses, as pessoas ficavam em suas casas em pânico.

 

Naquele momento, a cortina do santuário se rasgou em duas, de alto a baixo, a terra tremeu e as rochas se partiram. Os túmulos se abriram e muitos corpos dos santos que tinham adormecido foram levantados (e pessoas, saindo dentre os túmulos depois de ele ter sido levantado, entraram na cidade santa), e eles se tornaram visíveis a muitas pessoas. Mas, quando o oficial do exército e os que estavam com ele vigiando Jesus viram o terremoto e as coisas que aconteciam, ficaram com muito medo e disseram: “Certamente este era o Filho de Deus.” Mateus 27:51-54

 

E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados; E, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos.”  Mateus 27:52,53

 

E Jesus, dando um grande brado, expirou. E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo. E o centurião, que estava defronte dele, vendo que assim clamando expirara, disse: Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus.” Marcos 15:37-39

 

Depois de dizer isso, ele morreu. Ao ver o que estava acontecendo, o oficial do exército começou a glorificar a Deus, dizendo: “Realmente, este homem era justo. E toda a multidão que tinha se reunido ali para esse espetáculo viu o que estava acontecendo; então voltaram para casa, batendo no peito. Todos os conhecidos dele estavam parados à distância. Também mulheres que o tinham acompanhado desde a Galileia estavam lá e viram essas coisas.” Lucas 23:47-49

 

O grande destaque depois da morte de Jesus se dá com a rasgadura da cortina do templo. Abaixo selecionei alguns comentários de sites de crentes, falando sobre essa cortina e os corpos dos santos que teriam sido levantados, após a morte de Jesus.

 

Essa bela cortina ornamentada separava o Santíssimo do Santo no templo. A história judaica indica que essa pesada cortina tinha uns 18 metros de altura, 9 metros de largura e 7 centímetros de espessura. Quando rasgou essa cortina em duas, Jeová não só mostrou sua ira contra aqueles que mataram seu Filho, mas também indicou que, a partir daquele momento, o “caminho de entrada” para o céu estaria aberto.” Comentários do site das Testemunhas de Jeová, www. jw.org

 

foram levantados: O verbo grego egeíro, que significa “levantar”, pode se referir a uma ressurreição, mas também é usado muitas vezes em outros contextos. Por exemplo, pode significar “tirar” de um buraco ou “se levantar” do chão. (Mt 12:11; 17:7; Lu 1:69) Mateus não diz que os “santos” foram “levantados”. Ele diz que os “corpos” deles foram “levantados”. Pelo visto, o terremoto foi tão forte que os túmulos se abriram e os cadáveres foram jogados para fora.”

 

pessoas, saindo: Ou: “aqueles que saíram”. O verbo grego indica um sujeito no masculino plural, se referindo a pessoas, não aos corpos (substantivo neutro em grego, não masculino) mencionados no versículo 52. Tudo indica que essas eram pessoas que depois passaram pelo local, viram os cadáveres que o terremoto (versículo 51) jogou para fora dos túmulos, entraram na cidade e relataram o que tinham visto. “

 

Ellen White, a escritora cristã(adventista) mais traduzida de todos os tempos, escreveu:

Quando Jesus, suspenso na cruz, clamou: ‘Está consumado’ (João 19:30), as pedras se partiram, a terra tremeu e algumas das sepulturas se abriram. Quando Ele surgiu, vitorioso sobre a morte e o túmulo, enquanto a terra vacilava e a glória do Céu resplandecia em redor do local sagrado, muitos dos justos mortos, obedientes à Sua chamada, saíram como testemunhas de que Ele ressurgira.(…). Site: biblia.com.br

Os católicos e a grande maioria dos protestantes também entendem essa passagem como a adventista Ellen White.

Alguns crentes acreditam que a divisão da cortina representava o novo e o velho testamento. Outros acham que o manto rasgado significava que não existia mais nenhum impedimento para se alcançar os céus(o paraíso celestial).

O que destaco aqui é como esses escritores ficaram sabendo que o manto havia rasgado? Esse manto ficava no lugar chamado santo dos santos, sendo este lugar somente acessível ao sumo sacerdote, ninguém mais poderia adentrar neste lugar.

Poderão alguns dizer: por inspiração divina! Será?

Então porque essa mesma inspiração deixou tantas falhas como as já vistas aqui?

Como essa inspiração não conseguiu passar com exatidão a idade que Jesus começou seu ministério?

Os textos de Bíblias mais antigas deixam bem claro que foram pessoas mortas que haviam realmente ressuscitado. E é assim que muitas religiões entendem essa passagem.

Embora o site jw.org sutilmente queira desmentir que os mortos haviam sido ressuscitados, o contexto mostra exatamente o contrário.

Veja que o texto nos chama a atenção para “corpos dos santos “. Por que o texto fala de corpos de santos e não simplesmente corpos? Por que somente os corpos de santos teriam sido levantados, se não fosse no sentido de ressurreição? Será que só havia santos nesse cemitério?

É claro que não. Mas o escritor só fala do levantamento desses.

E mais onde ficava esse cemitério de onde esses santos se levantaram?

A narrativa de João, nos traz uma informação muito importante acerca dessa localização. João nos diz que Jesus foi sepultado num cemitério localizado num jardim que ficava próximo do local, onde ele fora executado.

 

A propósito, havia um jardim no lugar onde ele tinha sido executado e, no jardim, havia um túmulo novo, no qual ninguém ainda tinha sido colocado. Visto que era o dia da Preparação dos judeus e o túmulo ficava perto, colocaram Jesus ali.” João 19:41-42

 

Portanto, esse pequeno fragmento de texto da narrativa de João nos revela duas coisas: Primeira, segundo João, Jesus só foi enterrado ali porque era quase o dia de sábado, assim, para agilizar seu enterro, colocaram-no nesse jardim porque era o local que levaria menos tempo para o sepultamento; Segunda, não era costume dos judeus enterrarem seus mortos próximos das cidades.

Logo, o cemitério onde estavam sepultados os santos não estava próximo da cidade santa, Jerusalém. Estava bem distante!

Assim, não podemos achar que um terremoto teria arrastado os corpos dos santos do cemitério, onde estavam até a cidade de Jerusalém. Foram os “santos” que saíram de seus sepulcros e se dirigiram até a cidade. Sendo possível, dessa forma, serem vistos por todos. Essa é a única e lógica conclusão que podemos extrair do contexto.

E mias, o evangelista Mateus usa a mesma expressão que Jesus usou para se referir à condição de Lázaro, por ocasião de sua ressurreição. Mateus diz que os corpos dos santos estavam dormindo, o que demonstra a forte alusão à situação de Lázaro e de uma menina que Jesus havia acordado do sono da morte. O acordar dos corpos dos santos, portanto, queria, sim, dizer que eles haviam sido ressuscitados. Haviam sido despertados do sono da morte!

Analisemos agora a reação do oficial romano. Os textos dizem que este ficou admirado com as coisas que aconteciam. Quais foram essas coisas que o fizeram reconhecer que Jesus era filho de Deus?

As coisas que aconteceram foram: a cortina do templo rasgada, um eclipse e um terremoto que rasgou as pedras.

A cortina do templo, é óbvio que esse oficial não viu rasgando, pois ele não estava no templo. Portanto, as prováveis coisas vistas por ele foram o terremoto e o eclipse, mas essas coisas não eram novidades para um romano e nem para aquelas pessoas. Era necessário algo mais forte para fazer com que um oficial romano chegasse a conclusão de que um judeu moribundo fosse filho de um deus(Deus).

Desse modo, concluímos que as coisas que fizeram com que esse oficial declarasse a divindade de Jesus, foram os santos terem sido levantados entre os mortos e serem vistos por todos da cidade, seguido de terremoto e eclipse.

Na verdade, os evangelistas que falam dos santos sendo levantados dentre os mortos, queriam dar uma dramatização mais chocante a suas narrativas. Eles tinham a pretensão de chocar seus leitores. Afinal quem estava morto era o filho de um deus, algo espetacular tinha que acontecer. Lucas chama tudo aquilo de espetáculo, só pra termos uma ideia como ele encarava tudo que escreveu!

Isso é tanto verdade que vemos o oficial romano e os fariseus perante Pilatos e nenhum deles demonstram nenhum espanto por todas essas coisas. Estes personagens não falam nada de terremoto, eclipse e mortos sendo levantados.

Ocorrendo um evento desse, o oficial chegaria perante Pilatos se tremendo de temor, quase que sem fala. Mas nada disso, observamos, porquanto tudo não passou de um conto.

Se isso realmente tivesse acontecido, a cidade inteira teria ficado um verdadeiro pandemônio. E nada disso ocorreu.

Só pra você ter ideia de que tudo não passa de um conto, a própria sepultura de Jesus ficou intacta.

No dia seguinte, as mulheres foram até levar aromas ao corpo de Jesus, se tudo isso tivesse realmente acontecido, jamais que elas sairiam de madrugada com tudo em sua volta destruído. Estariam juntando os cacos deixados e enterrando outros mortos espalhados por toda a cidade.

Você acha que um terremoto só rasgaria rochas? Esse terremoto como é descrito pelos evangelistas, além de rasgar as pedras, levaria abaixo todas aquelas casas.

As casas e prédios construídos no primeiro século, à época de Jesus, jamais se compararia aos de nossos dias, e veja o que acontecem com eles diante de terremotos. Quantos não morrem e ficam soterrados pelos escombros produzidos pelos terremotos de nosso tempo?

Mas nessa estorinha dos evangelistas nada disso acontece.

Você acha que alguém ficaria vigiando ou olhando para 3 corpos moribundos pendurados numa cruz(madeiro) enquanto tudo se acabava ao seu redor? Sem falar nas almas penadas se levantando dos túmulos. Isso seria uma cena da série americana Walking Dead!

Um outro fato que o JW.org esqueceu foi que as sepulturas dos judeus em geral não eram como as de hoje. Elas, a exemplo das de Jesus e Lázaro, eram verdadeiras cavernas, onde a entrada era fechada com uma enorme pedra. Nessas condições, acontecendo um terremoto, era mais fácil essas sepulturas desabarem por sobre seus defuntos(se houvesse ainda algum dentro, depois de tantos anos, apenas ossos haveria) que estes serem jogados pra fora.

Como é que corpos estando dentro de sepulturas como essas seriam levantados? E mais, você acha que haveria corpos ou ossos naquelas sepulturas por ocasião da morte de Jesus?

Que santos seriam esses?

Antes de Jesus quem poderia ser chamado de santo, seria Abel, Sete, Noé Abraão(?), seus filhos(?), Jacó(?) e seus filhos(?) e outros personagens antigos(?), outros não poderiam.

Só que estas pessoas jamais seriam reconhecidas pelos conterrâneos de Jesus se viessem a ressuscitar, passariam despercebidas. Ninguém as conheciam. Portanto, vemos uma outra mentira em se falar em santos nos evangelhos.

Ademais, os corpos desses santos que supomos que poderiam ser levantados como sendo os de Sete, Noé, Jacó, Isaque, Abraão e outros não estariam próximos da cidade de Jerusalém. Esses foram sepultados em grutas em algum lugar fora do território judeu.

O objetivo do evangelista ao falar de corpos de santos é para passar a ideia de que houve uma ressurreição!

Os evangelistas são criadores de estórias fictícias. Só que para dar um tom de realidade, eles mesclavam fatos e alguns personagens reais a seus contos. Uma técnica, por sinal, muito boa!

É sabido que o evangelho de Marcos foi o primeiro dentre os muitos evangelhos que apareceram. E a estória da ressurreição nele só vai até o versículo 8, do capítulo 16.

Experimente lê-lo até esse versículo. Perceberá que falta-lhe algo mais convincente a respeito da ressurreição e como e onde nasceu Jesus.

Qualquer leitor ficaria curioso para saber mais detalhes. Como o que realmente aconteceu com o corpo de Jesus? Será que Jesus foi mesmo ressuscitado? O que aconteceu depois da ressurreição? Como Jesus nasceu?

Essas foram algumas das muitas perguntas que vieram às mentes das pessoas que entraram em contato com esse evangelho. Assim, os evangelhos que se seguiram após esse, surgiram para responder a essas e tantas outras perguntas. Por isso, Mateus e Lucas trataram de responder à questão de seu nascimento e tantas outras. Por seu turno, João procurou demonstrar, de uma vez por todas, a divindade de Jesus, acrescentando feitos e milagres não relatados pelos outros escritores.

Não se tratou nada de orientação divina, mas apenas a simples curiosidade de pessoas que estavam se rendendo a nova fé – o cristianismo. Foi essa curiosidade que moveu outros a dar continuidade a novos relatos. Torná-los mais emocionantes e empolgantes.

Em Lucas é dito que o oficial romano reconheceu que Jesus era um justo( inocente, santo), já em Marcos e Mateus o oficial o ver como filho de Deus. A diferença entre esses dois predicativos é gritante. Não se trata de uma mesma ideia!

E o motivo é muito óbvio. Lucas não fala dos santos que foram levantados de seus túmulos, apenas fala do eclipse e do rasgo da cortina. Assim no relato de Lucas não havia motivos para se dizer que Jesus era filho de Deus, mas somente um ” justo” que tinha o favor de um deus.

Agora os relatos de Mateus é um verdadeiro espetáculo! Nele aparecem eclipse, terremoto, pedras sendo rasgadas e mortos sendo levantados. O cenário no relato de Mateus era propício para que o oficial romano dissesse: era filho de Deus(deus), pois só sendo filho de um deus para que tudo isso acontecesse!

Perceba esse último detalhe revela uma outra falsidade da estória da ressurreição. Mateus, quando fala da ressurreição dos santos, diz que estes só saíram de suas sepulturas, após a ressurreição de Jesus. Quer dizer que os santos só foram para a cidade de Jerusalém somente depois que Jesus se levantou primeiro do mundo dos mortos.

E isso é uma piada, pois, Jesus ressuscitou ainda bem cedo, antes do sol raiar no domingo. E o texto diz que tanto o oficial e os que ali estavam presentes viram os santos ressuscitados. Ocorre que estes só teriam saído de suas sepulturas no domingo e não na sexta.

Os evangelhos são uma piada, para não dizer que são ridículos!

Em cima desses evangelhos, mais tarde surgem as cartas de Pedro(I e II, João(I, II e III), e outras de Paulo. Os novos escritores passaram a ler os evangelhos e tiraram de lá novas ideias e doutrinas. Por isso, que as mensagens dessas cartas são completamente diferentes da mensagem contida nos evangelhos e olhe que cada evangelho já trazem mensagens diferentes entre si.

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